O Banco da Amazônia trouxe uma pauta bomba para a mesa de negociação sobre saúde realizada na tarde desta quarta-feira 29/09: a comunicação de que a instituição fará a demissão de 145 bancários e bancárias que integram o Quadro de Apoio do banco, sendo 121 deles no Pará.
O Sindicato dos Bancários do Pará, Sindicato de Rondônia, Contraf-CUT e Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) repudiaram de imediato a informação trazida pelo banco para a mesa de negociação, onde a expectativa era tratar de diversas demandas que visam a melhoria da assistência à saúde aos empregados e empregadas da instituição.
O Banco da Amazônia afirmou que esta decisão é irreversível, com base em um estudo técnico, tendo em vista que o Quadro de Apoio, nas palavras do banco, seria um segmento em extinção na instituição e que atrapalharia os planos de contratação de novos empregados.
Questionado pelas entidades sindicais sobre qual a fundamentação técnica e jurídica para essa medida de demissão em massa, os negociadores disseram que o banco somente responderia mediante formalização do questionamento pelas entidades dos trabalhadores.
As lideranças sindicais presentes na mesa reivindicaram que o pedido de esclarecimentos técnicos e jurídicos constasse em ata.
“O Banco da Amazônia disse em mesa que esta notícia estava sendo apresentada em primeira mão para as entidades sindicais, pois o banco prestigia a mesa de negociação. Porém, contraditoriamente, o Banco da Amazônia também afirmou que esta decisão já está tomada e que a instituição aplicará essa medida. Nós repudiamos em mesa a postura do banco e reivindicamos explicações técnicas e jurídicas que garantam a real necessidade de se demitir 145 bancários e bancárias em plena pandemia. Vamos chamar o Quadro de Apoio para reunir com nossa assessoria jurídica e construir nossa ação frente a essa postura antidemocrática do banco”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.
“O problema central desse ponto de pauta foi o Banco da Amazônia apenas comunicar que esta decisão está tomada e é irreversível. Somos totalmente contrários às demissões em massa, sobretudo nesse momento de pandemia e de ataques do Governo Bolsonaro aos bancos públicos e ao próprio Banco da Amazônia. Fiquei impactado com a notícia e com a forma como ela nos foi dada, até porque sou do Quadro de Apoio e há tempos lutamos por um melhor aproveitamento desse segmento dentro da instituição. Não vamos aceitar essa medida de forma pacífica e vamos lutar em defesa do Quadro de Apoio do banco”, destaca o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
O Sindicato dos Bancários do Pará convoca todo o Quadro de Apoio do Banco da Amazônia para uma reunião jurídica na próxima segunda-feira, 04 de outubro, às 18h, pelo aplicativo Zoom Meeting, para tratar sobre essa decisão de demissões.
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Covid-19: A parte positiva desta reunião foi a informação de que o Banco da Amazônia vai exigir a apresentação da carteira de vacinação de seus empregados, para que esses comprovem o esquema vacinal completo contra a Covid-19 para que possam transitar nas dependências da instituição.
Ainda sobre o ponto de pandemia, o Banco da Amazônia também informou que fará nova distribuição de máscaras para os bancários e bancários em trabalho presencial.
Plano de saúde: As entidades sindicais apresentaram diversos questionamentos sobre melhorias no plano de saúde dos empregados. Porém, o Banco da Amazônia disse que precisava realizar uma série de pesquisas para responder tudo o que foi questionado.
O encaminhamento então foi que as entidades sindicais formalizarão todas as questões sobre plano de saúde através de ofício; e o Banco da Amazônia terá até 30 dias para responder às demandas dos trabalhadores sobre o tema.
O Sindicato dos Bancários do Pará também apresentou duas pautas dos empregados do Banco da Amazônia identificadas durantes as últimas caravanas pelas regiões sul e sudeste e nordeste do estado: os problemas com ar-condicionado na agência de Castanhal; e a dificuldade dos empregados de Santana do Araguaia, que não conseguem utilizar o tíquete alimentação por falta de rede credenciada.
Para ambos os questionamentos, o Banco da Amazônia informou que dará resolução o mais breve possível.
Representaram os trabalhadores na mesa de negociação a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira; o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade; a secretária de políticas sociais da Contraf-CUT, Rosalina Amorim; o diretor jurídico do Sindicato dos Bancários do Pará e empregado do Banco da Amazônia, Cristiano Moreno; o diretor do SEEB-RO e empregado do Banco da Amazônia, Ricardo Vitor; e o assessor jurídico do SEEB-PA, Luiz Fernando Galiza.
O Banco da Amazônia foi representado por Francisco Moura, Bruna Paraense, Eder Picanço e Anderson Pereira.
Fonte: Bancários PA