O expediente já tinha encerrado, mas a categoria bancária em Marabá estendeu um pouco a volta para casa pós-trabalho para um bate-papo sobre assédio moral com direito a coquetel no final, seguindo todos os protocolos sanitários contra a covid-19.
“O primeiro trabalho de reunir provas vem de vocês mesmo, quando perceberem que estás sendo vítima de assédio moral. Não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para defesa do trabalhador e trabalhadora em toda as esferas que foram necessárias”, explica a advogada Menilly Loss Guerra, do escritório Weyl, Freitas, Kahwage David e Vieira Advogados Associados conveniado ao Sindicato em Marabá.
A roda de conversa sobre assédio moral fez parte da programação da Caravana Bancária em Marabá e região, na semana de 21 a 25 de fevereiro. “Aproveitamos o encontro também para lançarmos oficialmente nossa campanha ‘Assédio moral: Diga não, denuncie’ aqui na nossa região; além de divulgarmos nossos contatos para denúncias e o escritório parceiro que temos aqui em Marabá para auxiliar nossos colegas presencialmente ou à distância”, explica a diretora do Sindicato na região, Heidiany Moreno.
“A prática do assédio moral tem se tornado cada vez mais comum nos locais de trabalho, inclusive na modalidade home office, sobretudo pelas pressões de produtividade (metas), desumanização do ambiente de trabalho e aumento da competitividade, o que dificulta o espírito de cooperação e solidariedade entre os trabalhadores”, diz o informativo da campanha distribuído durante o evento e disponível para download aqui.
“É preciso saber multiplicar condutas de fiscalização, se policiar e não cometer assédio moral com o colega, além de se municiar de provas quando for vítima. Um dos cuidados que a vítima deve ter é o de nunca conversar a sós com o assediador ou assediadora, para poder ter testemunhas presentes. Por isso é importante campanhas efetivas como essa que o Sindicato dos Bancários está fazendo e divulgando em todo o estado”, comenta o advogado que atende o Sindicato em Marabá e região, Rodrigo Botelho.
Multiplicar as condutas é justamente o que o bancário Bruno Pereira, da agência Marabá do Banpará, pretende fazer depois de tirar dúvidas e com as respostas que obteve espera ajudar a si e aos colegas de trabalho. “A importância que a gente viu desse bate-papo que teve aqui é um esclarecimento ainda melhor, porque com certeza todo bancário tem dúvida, assim como eu tirei minhas duvidas aqui no evento; e essas dúvidas a gente leva pra nossa agência e assim a gente pode até passar pros colegas o que aprendeu hoje aqui; pois às vezes a gente pensa que não é e acaba sendo um assédio moral”, afirma.
No primeiro semestre do ano passado, os relatos de assédio moral e sexual registraram a marca de 31 mil denúncias, em 347 empresas. O índice representa quase o triplo dos anos de 2019 e 2020, que, considerando os 12 meses do ano, atingiram as marcas de 12.349 e 12.529 casos respectivamente. O levantamento é da Consultoria de gestão de riscos e compliance ICTS Protiviti, que recebe denúncias em empresas.
“Quando você percebe que um colega está sendo assediado e se cala, não oferece ajuda, não denuncia, você está sendo conivente”, conta o dirigente sindical na região sudeste do Pará, Wellington Araújo.
As denúncias de assédio moral podem ser encaminhadas para bancarioassediomoral@gmail.com ou pelas redes sociais e ainda Whatsapp Bancário (91) 98426-1399; o anonimato é garantido.
Fonte: Bancários PA com CUT Nacional