Por Erika Kokay
Participando da “CPI dos Fundos de Pensão”, tenho visto uma tentativa constante de criminalização da Fenae – Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal. A impressão que temos é que a Federação passou a ser grande inimiga da categoria.
Questiona-se o fato de a Fenae ter empresas, e de uma dessas empresas ter contrato, a preço de mercado, com a Funcef. Ora, desde 1973 que a Fenae tem empresa, detendo, inclusive, 1% das ações da Caixa Seguradora, à época Sasse Seguros.
A Fenae e associações foram fundamentais na construção da luta para termos direito à sindicalização e às seis horas.
Foi a Fenae que deu estrutura nos processos de negociação, nas lutas contra a privatização da Caixa e de democratização da Funcef durante o governo FHC.
É a Fenae que ajuda no fortalecimento, inclusive financeiro, das associações; organiza atividades culturais e esportivas da categoria.
Portanto, a quem interessa o ataque à Fenae?
São ataques em função de sua atividade também empresarial, que, repito, existe desde 1973. Além disso, o contrato da Par-Tecnologia com a Funcef não representa nem 2% dos rendimentos de todas as empresas da Federação, e todos estes resultados financeiros da Fenae são investidos em ações socioculturais e esportivas, junto às Apecefs, bem como em atividades de organização da luta de defesa dos direitos das empregadas e dos empregados da Caixa.
A quem interessa? Seguramente não às empregadas e aos empregados da Caixa. Mas aos que buscam enfraquecer nossa luta enfraquecendo nossas instituições, o que, penso não ser coincidência, acontece às vésperas da campanha salarial, onde a Fenae sempre teve papel determinante na defesa dos direitos das bancárias e dos bancários da Caixa.
* Erika Kokay é bancária, empregada da Caixa há 33 anos. Exerce o segundo mandato como deputada federal pelo PT-DF e é membro titular da CPI dos Fundos de Pensão