Por Rodrigo Britto*
Pavimentado no medo, na mentira e no ódio, o êxito de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018 gerou sentimentos indesejados para grande parte da sociedade, inclusive para a militância CUTista. Ao ocupar a principal cadeira do Executivo federal, Bolsonaro não trouxe somente um projeto político que, sem pudor, defende o fim dos direitos trabalhistas, o extermínio do meio ambiente, a venda das riquezas nacionais, o fundamentalismo que mata. O ultraliberal que prefere o Twitter aos espaços públicos tentou minar também o sentimento mais raro na construção de um país justo e igualitário, ancorado no socialismo: a esperança. E é essa a tarefa da CUT ao iniciar este novo período: resgatar a esperança de cada militante, de cada dirigente sindical espalhados Brasil afora, e lembrar que é nela que temos o pilar da nossa luta.
Ao fazer 36 anos neste 28 de agosto, a CUT se depara com desafios semelhantes aos apresentados na sua fundação, em 1983. O desemprego em escala sem precedente, a ausência de políticas públicas, o ataque às mulheres, homossexuais, indígenas, quilombolas e tantas representações do nosso país; o ataque à organização sindical e aos sindicalistas. Paralelamente, o fortalecimento dos laços do governo brasileiro com os Estados Unidos e uma ampla aliança com gigantes do mercado se reconstroem e trazem de volta os mais temidos ventos de quem lutou pela redemocratização do Brasil.
Esse foi um tempo duro, marcado por prisões, sangue e morte. Mas nós resistimos, e lutamos, e garantimos rumos diferentes para o Brasil e para brasileiros e brasileiras. E foi neste contexto que fundamos a Central Única dos Trabalhadores, representação máxima da esperança da classe trabalhadora, sustentada na liberdade e autonomia sindical e na solidariedade de classe.
Hoje, 36 anos depois, se faz necessário fortalecer esse tripé e mostrar que fomos forjados na luta. Não vamos permitir retrocesso. Não vamos permitir que o maior líder da classe trabalhadora, o presidente Lula, continue sendo um preso político. Não vamos permitir que atropelem a democracia em nome da ganância. Não vamos permitir que nos calem. É tempo de coragem! E não há nada mais corajoso que resistir em tempos de ódio e retrocesso!
Parabéns à CUT, parabéns aos dirigentes CUTistas, parabéns à nossa militância, parabéns à classe trabalhadora. Que a esperança seja sempre o pilar da nossa luta!
*Rodrigo Britto é bancário do Banco do Brasil e presidente da CUT Brasília