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24 de Outubro de 2015 às 12:51

Bancos mantêm reajuste e recuam nos dias parados. Comando orienta aprovação da proposta em assembleias na segunda

Além do reajuste de 10% no salário e 14% nos vales, Fenaban abona maior parte das horas da greve e aceita compensar uma hora por dia até no máximo 15 de dezembro


Crédito: Contraf-CUT

Após mais de 24 horas de negociações, pressões, interrupções e suspenses, a Fenaban recuou de sua decisão inicial de descontar todos os dias da greve e apresentou uma nova proposta na tarde deste sábado 24 ao Comando Nacional dos Bancários, integrado pela Federação do Centro Norte (Fetec-CUT/CN). Mantém a proposição de reajuste de 10% nos salários e na PLR e 14% nos vales e reduz os descontos dos dias parados na greve. Para quem fez todos os dias de greve e é contratado por seis horas, abono de 53 horas e compensação de 31 horas, sendo uma hora por dia até no máximo o dia 15 de dezembro (o que significa uma anistia de 84 horas ou 63% das horas paradas).

 

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Quem tem contrato de 8 horas, também compensará 31 horas, uma hora por dia até o dia 15/12, com abono de 112 horas ou 72% do total. Os bancos propõem a assinatura da Convenção Coletiva no dia 4 de novembro, prazo que passa a valer para a compensação das horas paradas.

Diante desse avanço nas negociações com os bancos, o Comando Nacional dos Bancários orienta os sindicatos a realizarem assembleias em todo o país nesta segunda-feira 26 e indica a aprovação da nova proposta da Fenaban, que foi apresentada ao Comando no 18º dia da maior greve dos bancários em pelo menos duas décadas.

Concluída a rodada de negociação com a Fenaban, serão retomadas ainda neste sábado 24 as negociações específicas com o Banco do Brasil. As negociações específicas com a Caixa Econômica Federal recomeçam no domingo 25 às 10 horas.

 

Conquista da força da greve

“O que levou os banqueiros de volta à mesa de negociação e a aumentarem a proposta várias vezes nesta semana foi a força dessa grande greve, em que os bancários mais uma vez estão dando uma demonstração de sua capacidade de mobilização e de unidade nacional”, afirma José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional dos Bancários.

A primeira proposta dos bancos, apresentada no dia 25 de setembro, foi de 5,5% de reajuste. Depois de rejeitar a proposta, no dia 1º de outubro a categoria entrou em greve, que vem crescendo a cada dia. Começou com 6.286 agências fechadas no primeiro dia em todo o país e 927 nas bases dos sindicatos filiados à Fetec-CUT/CN.

Diante do êxito da paralisação, os banqueiros voltaram à mesa de negociação nesta terça-feira 20 de outubro, quando a greve nacional entrava na terceira semana e já era a maior realizada pela categoria desde o início dos anos 1990, com o fechamento de 12.567 agências e 33 centros administrativos nos 26 estados e no DF (crescimento de 100% desde o primeiro dia), das quais 1.398 unidades paralisadas nas 12 bases territoriais dos sindicatos filiados à Fetec-CUT/CN), um aumento de 50,8% desde 1º de outubro.

Os patrões elevaram a proposta de reajuste para 7,5%, que o Comando Nacional rejeitou ainda na mesa de negociações por considerá-la muito baixa. No dia seguinte, quarta 21, a Fenaban aumentou mais uma vez a proposta, para 8,75%, novamente rejeitada pelos representantes dos bancários porque continuava abaixo da inflação.

Com a greve crescendo, chegando a 1.426 agências paralisadas na base da Fetec-CUT/CN, nesta sexta 23 os banqueiros propuseram os 10% nas verbas salariais e 14% no vale-refeição e na cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação.

 

A proposta dos bancos

Reajuste salarial: 10%.

Piso portaria: R$ 1.377,62.

Piso escritório: R$ 1.976,10.

Piso caixa/tesoureiro: R$ 2.669,45. 

PLR

Regra básica: 90% do salário mais R$ 2.021,79, limitado a R$ 10.845,92. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 23.861,00.

Parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.043,58.

Antecipação da PLR: Pagamento até dez dias após a assinatura do acordo de 54% do salário mais R$ 1.213,07 fixos, limitado a R$ 6.507,55. O restante da PLR será depositada até 1º de março de 2016.

Auxílio-refeição: R$ 29,64.

Cesta-alimentação: R$ 491,52.

13ª cesta-alimentação: R$ 491,52.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 394,70.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 337,66.

Gratificação de compensador de cheques: R$ 153,38.

Ajuda deslocamento noturno: R$ 94,53.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 135.047,22.

Requalificação profissional: R$ 1.349,70.

Desconto dos dias parados: Para quem é contrato por 6 horas diárias e fez greve todos os dias, abono de 53 horas e compensação de 31 horas, sendo 1 hora por dia até no máximo 15/12. Para quem tem contrato de 8 horas, abono de 81 horas e também compensação de no máximo uma hora por dia até 15 de dezembro. A compensação começaria no dia 4 de novembro, data que a Fenaban propõe para assinatura da Convenção Coletiva. Quem fez menos dias de greve, também terá compensação de uma hora por dia, no mesmo período.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN com Comando Nacional dos Bancários


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