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20 de Agosto de 2018 às 15:27

Bancários voltam a negociar na terça 21 e só saem da mesa quando houver proposta decente – ou impasse

Para pressionar os bancos, que lucraram mais de R$ 42 bilhões no primeiro semestre, categoria faz semana nacional de luta


(Última atualização: 20h24)

O Comando Nacional dos Bancários realiza nesta terça-feira 21 com a Fenaban, em São Paulo, a oitava rodada de negociação da Campanha Nacional 2018, faltando dez dias para expirar a validade da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Segundo entendimento entre as partes na última reunião, na sexta 17, a rodada só terminará quando houver uma proposta global decente dos bancos ou se chegar a um impasse, podendo, portanto, se estender pelos dias seguintes.

Para pressionar os bancos a atenderem as reivindicações dos bancários, entregues à Fenaban no dia 3 de julho, por orientação do Comando Nacional todas as bases sindicais do país realizam uma semana nacional de luta a partir desta segunda-feira 20.

A proposta anterior apresentada pelos bancos no dia 7 de agosto foi rejeitada por todas as assembleias da categoria no dia seguinte, por considerá-la incompleta e insuficiente, uma vez que apenas repunha a inflação sobre todas as verbas salariais e não contemplava aumento real nem proteção ao emprego, manutenção das conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.

“Os bancos não podem mais continuar desrespeitando os bancários, principais responsáveis pelos lucros recordes do sistema financeiro. Junto com as negociações, vamos intensificar a mobilização em todo o país para que apresentem uma proposta que contemple nossas reivindicações e possa ser submetida às assembleias”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) e também integrante do Comando Nacional dos Bancários.

Leia também: Twittaço desta terça-feira (21) cobra proposta decente da Fenaban

“As empresas podem atender às reivindicações da categoria porque em 2017 somente os cinco maiores bancos que atuam no país tiveram lucro líquido conjunto de R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% sobre o ano anterior. E no primeiro semestre deste ano lucraram mais de R$ 42 bilhões, contando o lucro recorde de R$ 6,6 bilhões anunciado pela Caixa nesta segunda dia 20”, acrescenta Cleiton.

Acordos específicos dos bancos públicos

Banco do Brasil e Caixa Federal também realizarão negociações dos acordos específicos, após concluídas as da Fenaban. Existem questões centrais para os trabalhadores dos bancos públicos que precisam ser resolvidas, como os altos valores cobrados pelo Saúde Caixa, a PLR Social, os ciclos avaliatórios no BB.

O que os bancários querem

˃ Aumento real de 5%.

˃ PLR de três salários mais R$ 8.546,64 fixos para todos.

˃ Pisos salariais:

• R$ 3.747,10 para portaria, contínuos, serventes e escritório.

• R$ 5.058,59 para caixas, operadores de atendimento, empregados de tesouraria, analistas de crédito e os que efetuam pagamentos e recebimentos.

• Primeiro comissionado: R$ 6.370,07 (incluindo gratificação de função).

• Primeiro gerente e técnico de TI: R$8.430,98 (incluindo gratificação de função).

˃ Assinatura de pré-acordo para estender a validade da Convenção Coletiva (que expira em 31 de agosto) até que novo acordo seja firmado, garantindo assim a manutenção de todos os direitos da categoria.

˃ Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

˃ Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações e ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

˃ Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 954,00 (salário mínimo nacional).

˃ Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, garantindo salários iguais para as mesmas funções, preservando a isonomia salarial.

˃ Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

˃ 14º salário.

˃ Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

˃ Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Veja como foram as sete rodadas de negociação até agora:

˃ Fenaban não traz proposta; negociação continua terça 21 e só termina quando houver proposta decente

˃ Fenaban propõe apenas reposição da inflação por quatro anos. Comando Nacional indica rejeição

˃ Fenaban não apresenta proposta. Comando orienta realização de assembleias no dia 8

˃ Mesmo com os lucros recordes, bancos se negam a dar garantia de emprego à categoria bancária

˃ Rodada de negociação com os bancos sobre saúde e condições de trabalho termina sem avanços

˃ Banqueiros aceitam calendário de negociações apresentada na mesa pelo Comando dos Bancários

˃ Bancos frustram bancários e não assinam pré-acordo da CCT e nem fixam calendário de negociações

 
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


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