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25 de Outubro de 2018 às 07:40

Clima de virada: milhares de paulistanos vão às ruas por #HaddadSim

No Ato da Virada, na capital, Haddad disse acreditar na vitória e que o povo brasileiro vai preferir o amor ao ódio. Ato reuniu milhares de pessoas, além de parlamentares, artistas e dirigentes sindicais


Crédito: Dino Santos

Escrito por: Rosely Rocha, especial para Portal CUT

Sob aplausos e gritos de ‘vai virar, é o Haddad num governo popular’ e ‘Haddad, guerreiro do povo brasileiro’, o candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, chegou, na noite desta quarta-feira (24), no Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, para o Ato da Virada, que reuniu milhares de pessoas, além de parlamentares, artistas e dirigentes sindicais.

Entusiasmado, Haddad disse que a Bolsa de Valores caiu nesta quarta-feira, quase 3%, porque os banqueiros que especulam com a boa fé das pessoas estão preocupados, pois sabem que ele está subindo nas pesquisas.

“A queda da Bolsa é um sinal de que eles estão com medo. O Jacques Wagner [ex-governador da Bahia e senador eleito pelo PT] recebeu um recado de um amigo dele do mercado financeiro. Eles achavam que a eleição estava decidida em favor de  Bolsonaro até anteontem. Tenho certeza que no sábado ele dirá que o gato subiu no telhado, e no domingo ele vai saber que perdeu”, disse Haddad se referindo ao seu adversário, Jair Bolsonaro, do PSL, que deixou de liderar com folga as pesquisas de intenção de votos.

Eles sabem que eu não vou vender as estatais, a Petrobras, não vou vender a Amazônia e nem dar aos norte-americanos a base militar de Alcântara, no Maranhão, para que invadam um país vizinho- Fernando Haddad

Para o presidenciável petista, o povo brasileiro não vai falar sim à intolerância e ao desamor. O povo brasileiro vai falar sim à esperança, ao amor, à generosidade, à diversidade, ao estudante pobre com diploma universitário, às oportunidades.

Haddad criticou a ameaça que Bolsonaro fez à oposição, às instituições, ao Ministério Público, ao STF e aos movimentos sociais.

“Ele ameaça todo mundo, mas o povo está acordando porque sabe que ele não é nada. Bolsonaro é um soldadinho de araque, que nunca fez nada pelo país. Ele nunca defendeu a República, o povo brasileiro”.

Para o candidato do PT, seu adversário, ao dizer em entrevistas que as mulheres, negros, gays e nordestinos têm de deixar de se ‘fazer de coitados’, demonstra que, na verdade, ele sim, é um grande coitado, o parlamentar mais improdutivo do país.

“Pelas minhas previsões, e eu sou economista, faltam duas entrevistas para Bolsonaro ser derrotado. Fala, Bolsonaro. Fala, o que você pensa. Já que você não quer me enfrentar. Fujão. Vai levar uma surra do povo brasileiro”.

“Você, Bolsonaro, não merece governar este país, que é muito melhor do que você. Somos amor e esperança. Vamos vencer no domingo e virar essa página triste da história”, disse Haddad para alegria dos militantes que aplaudiram efusivamente.

DINO SANTOS

Dino Santos

Para Guilherme Boulos, que foi candidato à presidência pelo PSOL e agora apoia Fernando Haddad, este é um momento decisivo da nossa história, daqueles em que é preciso tomar lado.

“Não é possível ficar em cima do muro, não é possível ter neutralidade diante do horror, da ditadura”.

Neutralidade é ser cúmplice e não somos cúmplices- Guilherme Boulos

Segundo ele, a população corre risco de retrocesso aos tempos mais sombrios em que opositores ou eram presos ou levados para o exílio. Boulos citou os nomes de vários perseguidos e mortos durante a ditadura militar, como Rubens Paiva, Vladimir Herzog e Zuzu Angel, além de lembrar a tortura sofrida pela ex-presidenta Dilma Rousseff.

“São eles que nos inspiram a continuar na luta democrática e não vamos nos deixar intimidar por um ‘fascistinha sem vergonha’ como Jair Bolsonaro, que foge do debate”.

A multidão começou a gritar “arregão, arregão”, se referindo a Bolsonaro que não participou de nenhum debate.

Parlamentares e dirigentes sindicais pedem para a militância acreditar na virada e ir para as ruas defender a democracia

Antes de Haddad chegar, milhares de pessoas com bandeiras do Brasil, das centrais CUT,Intersindical, CTB e Força Sindical, entre outras entidades como o MST, começaram a se aglomerar em frente ao palco instalado no Largo da Batata.

Ao som das baterias do ‘Levante Popular e da Frente Brasil Popular’’ e com gritos de guerra: ‘Eu tô com ele, eu tô com ela, eu tô com Lula, Haddad e Manuela’, os manifestantes demonstravam acreditar na virada da coligação ‘O Brasil Feliz de Novo’.

A militância também gritou palavras de ordem como ‘Ele não, Haddad sim, Marielle Presente, Mestre Moa Presente’.

Um dos momentos mais comemorados pelos presentes à manifestação foi a informação sobre o avanço do candidato do PT Fernando Haddad nas pesquisas eleitorais feitas na capital de São Paulo, em que ultrapassa o seu adversário nas intenções de votos, e na queda da rejeição de Haddad e a subida no índice de rejeição a Bolsonaro.

Entre os parlamentares presentes ao ato estavam  a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o senador Lindbergh Farias e o vereador Eduardo Suplicy. Pelo PSOL defenderam a candidatura de Fernando Haddad, a deputada federal Luiza Erundina.

Para Gleisi Hoffmann nossa jovem democracia precisa ser defendida com garra e vigor. A senadora pelo Paraná comparou os dois projetos de governo e afirmou que o de Bolsonaro remete a Alemanha nazista de Hitler, que também teve o apoio de parte do Judiciário, ao impor o terror naquele país nos anos 1930.

“São dois projetos claramente colocados lado a lado. Nós estamos do lado de uma democracia inclusiva, dos direitos dos trabalhadores, de acesso a emprego, renda, consumo, educação e cultura. Somente num estado democrático de direito venceremos o discurso do ódio e da violência do nosso adversário”, afirmou Gleisi.

As autoridades e dirigentes sindicais pediram para a militância continuar nas ruas, conversar com os amigos, vizinhos e indecisos, alertando a todos sobre as fake news (noticias falsas) e esclarecendo que a democracia corre risco e que sua sobrevivência depende do voto em Haddad e Manuela D’Avila (PC do B).

O presidente da CUT, Vagner Freitas, foi um dos mais enfáticos ao pedir para a militância ir para as ruas.

“É conversar olho no olho nas periferias do país inteiro. Não vamos deixar os fascistas, machistas e patrões molestarem o povo brasileiro. A eleição está em aberto e já estamos ganhando do Bolsonaro na capital de São Paulo. Vai dar Haddad. Estamos perto disso e vocês são responsáveis por essa vitória”.

O dirigente pediu para que dessem Boa Noite presidente Lula por três vezes e foi atendido com entusiasmo pela multidão.

“Lula é a maior liderança do Brasil e está há 200 dias preso injustamente. Lula sempre lutou pelos trabalhadores e trabalhadoras. Lula Livre”, pediu o dirigente.

DINO SANTOS

Dino Santos

O secretário-geral da Intersindical Edson Carneiro, o Índio, disse que a candidatura de extrema direita é o aprofundamento do golpe de 2016, que retirou do poder a presidenta eleita democraticamente Dilma Rousseff.

“Bolsonaro representa a ditadura e a barbárie. Ele votou a favor da reforma Trabalhista, é um Temer piorado e fascista. Não vamos deixar que tirem os nossos direitos. A democracia vai prevalecer. Queremos emprego, desenvolvimento social, queremos vida digna e igualdade social. A virada começou e vamos vencer”, declarou Índio.

Já o presidente da CTB Adilson Araújo, pediu para a militância acordar cedo.

“Se a gente motivar o nosso povo, Haddad vai ser presidente e Manu vai pro Jaburu”, declarou o dirigente.

O cantor Emicida também deu apoio ao presidenciável do PT e entregou um galho de arruda a Haddad. O rapper também pediu à militância que saia às ruas e ganhe votos ‘olho no olho’.

 


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