Brasília - Centenas de trabalhadores do DF, do Brasil e de vários países marcharam juntos nesta quinta-feira (16) na Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo, realizada em Montevidéu, no Uruguai.
Construída pelo movimento sindical e organizações sociais da região, a Jornada segue até o sábado (18) e conta com a participação do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).
O objetivo é mobilizar os povos para a defesa da democracia, atualmente desgastada e ameaçada em vários países da América do Sul pelas forças conservadoras, que insistem em retomar a agenda neoliberal e atacar direitos da classe trabalhadora.
“Militantes sociais de toda a América estão reunidos aqui em Montevidéu para traçar estratégias no intuito de alcançar a redução das desigualdades e pela manutenção e ampliação das conquistas”, acrescenta o diretor do Sindicato Rafael Zanon, que está no Uruguai.
Mônica Dieb, também dirigente do Sindicato e presente à Jornada, afirma que “a luta contra o neoliberalismo e seus efeitos destrutivos é um dos objetivos desse importante encontro que marca a história da luta das trabalhadoras no mundo”.
Diretora da Fetec-CUT/CN, Ilva Alves, complementa: “Estamos na Jornada para denunciar o projeto neoliberal de privatização dos bens do povo, a retirada de direitos e a mpliação da pobreza. Resistiremos!”
O encontro termina neste sábado (18).
Cenário complexo
A mobilização acontece em um cenário extremante complexo para toda a classe trabalhadora, de retomada da agenda neoliberal que visa a exploração do continente. No Brasil, um golpe parlamentar quer a todo custo acabar com as políticas sociais e direitos conquistados a duras penas pelo movimento sindical.
A ação visa organizar a esquerda latino-americana. A meta é sair do encontro com diversas propostas e resoluções para dar continuidade à luta em defesa da democracia e, principalmente, elaborar uma contra-ofensiva ao neoliberalismo.
A jornada acontece uma década depois de os movimentos sociais terem derrotado a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), o que foi possível graças às mobilizações dos movimentos sociais, que, a partir de um plebiscito, deixou claro que os brasileiros não aceitavam um comércio com viés claramente neoliberal, que penalizava os povos latino-americanos e que apenas beneficiava o capital.
A ALCA foi uma proposta feita pelos Estados Unidos em 1994 e seu objetivo era eliminar barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos, formando uma área de livre comércio. Desta forma, geraria vantagem para toda a indústria norte-americana, que ofereceria produtos a preços mais baixos no continente latino-americano, levando, supostamente, ao fechamento de indústrias e ao aumento do desemprego na América Latina. Os movimentos sociais realizaram grande enfrentamento e o projeto ALCA foi recusado pela maioria dos governos latino-americanos durante a 4ª Cúpula das Américas.
A Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo contará com diversas ações e será encerrada com uma plenária de convergência que definirá uma agenda de luta para o próximo período no continente.
Fonte: SEEB/Brasília com CUT Brasília e CUT Nacional