Nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, a cidade de Fortaleza (CE) será palco da oitava edição do Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, evento promovido pela Secretaria de Combate ao Racismo da Contraf-CUT. Desde sua criação, o Fórum tornou-se uma ferramenta estratégica para formação, troca de experiências e construção de propostas concretas de atuação sindical antirracista, inclusive em mesas de negociação com os bancos e com a Fenaban.
Fortaleza, cidade marcada por um episódio histórico essencial na luta pela igualdade racial, é também o local onde, em 25 de março de 1884, o Ceará se tornou a primeira província brasileira a abolir oficialmente a escravidão — quatro anos antes da promulgação da Lei Áurea. A data é celebrada como feriado estadual e conhecida como a “Data Magna”. Poucas pessoas conhecem esse importante capítulo da história, que poderia ilustrar e enriquecer o debate durante o Fórum.
A Contraf-CUT reafirma seu compromisso histórico com a luta contra todas as formas de discriminação, por entender que o racismo é uma prática incompatível com os princípios éticos e com a dignidade humana. O combate à exclusão racial e à desigualdade de oportunidades é visto como essencial para a construção de uma sociedade justa, plural e democrática.
Para o secretário de Combate ao Racismo da entidade, Almir Aguiar, a discriminação racial está enraizada em estruturas históricas e ideológicas que favorecem a concentração de riqueza e a exclusão dos trabalhadores e das populações mais vulneráveis, perpetuando um Brasil dividido entre Casa Grande e Senzala.
Com esse entendimento, o Fórum valoriza a cultura local, os movimentos sociais e os trabalhadores das regiões por onde passa. Neste ano, a região Nordeste será o foco, com Fortaleza como cidade-sede, seguindo o modelo itinerante já realizado em Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre.
O evento é destinado prioritariamente a dirigentes sindicais envolvidos com as pautas de igualdade de oportunidades, combate ao racismo e políticas sociais, além de bancários(as) da base e integrantes de movimentos sociais.
“A realização do VIII Fórum reafirma a missão da Contraf-CUT de lutar por um sistema financeiro mais justo e inclusivo, no qual a presença negra seja visível, valorizada e respeitada. O evento contribuirá para fortalecer a atuação sindical antirracista, ampliar a consciência crítica sobre as desigualdades raciais no setor bancário e fomentar políticas públicas e institucionais voltadas à equidade racial”, finalizou Almir Aguiar.
Fonte: Contraf-CUT