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30 de Junho de 2025 às 11:19

Com críticas do Sindicato, Caixa anuncia mudanças no regramento do trabalho remoto


A Caixa Econômica Federal anunciou, na última semana, novas diretrizes para o trabalho remoto de seus empregados, trazendo ajustes que impactam a rotina de milhares de trabalhadores. As mudanças, detalhadas em comunicado interno divulgado em 25 de junho, incluem a redução do limite de dias remotos para dois por semana, a exigência de equipamentos próprios para o home office e a priorização do retorno presencial para cargos operacionais, com início previsto para 1º de julho de 2025. Segundo a instituição, a medida busca equilibrar flexibilidade e eficiência operacional, aproveitando as sinergias observadas no período pós-pandemia.

No entanto, a decisão gerou críticas por parte do Sindicato. Vanessa Sobreira, secretária de Saúde da entidade, destacou que o prazo estabelecido para retorno é considerado muito curto para que todos os empregados atualmente em regime remoto possam se reorganizar de forma adequada. Ela também ressaltou que essa mudança deveria ter sido previamente discutida com a representação dos empregados e empregadas, garantindo transparência e participação dos trabalhadores nas decisões que impactam suas condições de trabalho. Vanessa chamou ainda atenção para a ausência de salvaguardas específicas no novo regramento para pessoas com deficiência (PCDs) e para pais ou responsáveis por crianças de até 4 anos.

“A medida deveria garantir o cumprimento da legislação vigente que protege esses grupos”, afirma Vanessa, referindo-se à Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e à Lei nº 14.442/2022, que regulamenta o regime de teletrabalho no país, incluindo diretrizes sobre acordos individuais e condições de adaptação. Para a dirigente, é essencial assegurar a inclusão e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional nas novas diretrizes da empresa.

A Caixa informou que as mudanças foram elaboradas com base em estudos de produtividade e nas necessidades operacionais do banco, mas não detalhou como pretende contemplar as situações específicas apontadas pelo sindicato. A entidade, por sua vez, já articula ações para mobilizar os trabalhadores e cobrar ajustes no regramento, reforçando a importância de políticas que valorizem a diversidade, a saúde mental e o bem-estar dos empregados.

As novas regras da Caixa se inserem em um movimento mais amplo de retorno ao trabalho presencial em diversas instituições financeiras. Ainda assim, a reação do sindicato evidencia que qualquer mudança nesse sentido precisa considerar não apenas métricas de desempenho, mas também os direitos sociais e as necessidades específicas de grupos vulneráveis. O equilíbrio entre produtividade e inclusão continuará no centro desse debate.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato


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