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22 de Dezembro de 2016 às 13:13

Temer diz que Brasil está melhor do que Portugal, que cortou salários em 30%


Lembrando medidas adotadas pelo governo português há alguns anos para conter a alta do déficit público, como o corte de 30% dos salários dos trabalhadores, Michel Temer afirmou nesta manhã aos jornalistas: "Nós não queremos chegar a isso, claro"; ele justificou as medidas econômicas adotadas pelo governo, chamou de "modernização" as mudanças na legislação trabalhista que abrem caminho para uma jornada de trabalho de 12 horas diárias e disse que o governo se preocupa "com as questões sociais" – apesar da aprovação da PEC que congela os gastos públicos por 20 anos e da reforma da Previdência que obriga o brasileiro trabalhar 49 anos para obter o benefício integral

Por Brasil 247

247 - Durante café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira 22, Michel Temer confirmou mudanças na legislação trabalhista que foram antecipadas ontem pela imprensa e chamou de "modernização" as alterações que abrem caminho para uma jornada de trabalho de 12 horas diárias, com a flexibilização e com os acordos entre empresas e sindicatos valendo acima do legislado.

Temer indicou que o Brasil está melhor do que Portugal, que há alguns anos cortou salários em 30% para conter o déficit público. Em 2011, os portugueses ficaram sem 50% do 13º salário. "Nós não queremos chegar a isso, claro", disse o presidente, ao justificar a necessidade das medidas econômicas que vêm sendo adotadas pelo governo.

Apesar da aprovação da PEC 55, que congela os gastos públicos por 20 anos, prejudicando investimentos sociais, e da reforma da Previdência, que obriga o brasileiro trabalhar 49 anos para obter o benefício integral e deixa de fora os militares, Temer ressaltou: "Nós também nos preocupamos com as questões sociais". "O poder Executivo está trabalhando para o benefício de todos", acrescentou.

 

Leia mais na Agência Brasil:

Temer anuncia redução de juros do cartão de crédito e saques do FGTS

Mariana Tokarnia - Em discurso de abertura durante café da manhã com jornalistas, o presidente Michel Temer fez três anúncios: os juros do rotativo do cartão de crédito serão reduzidos pela metade; os trabalhadores poderão sacar todo o dinheiro que têm em contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); e o governo vai editar uma medida provisória para regularizar propriedades em área urbana.

"O momento que nós vivemos na economia demanda a adoção de medidas que permitam ainda de forma parcial uma recomposição da renda do trabalhador", defendeu Temer.

Em relação ao FGTS, o governo anunciou que os trabalhadores poderão sacar todo o valor das conta inativas até dezembro de 2015. A expectativa é que os trabalhadores usem o dinheiro para quitar dívidas. O volume está estimado em R$ 30 bilhões, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Na semana que vem, Temer diz que pretende editar uma medida provisória para tratar da regularização fundiária nas cidades. Segundo ele, a questão está sendo finalizada pelo Ministério das Cidades e do Planejamento. A intenção é dar um endereço "sobretudo àqueles que têm pequenas propriedades". O governo deverá também dar títulos aos assentados que ainda não têm o direito à propriedade.

O presidente também ressaltou a boa relação com o Congresso Nacional. "Essa relação entre Executivo e Legislativo é fundamental, uma das chaves do nosso governo. A palavra é diálogo, quando você reinstaura diálogo com o Congresso e diálogo com a sociedade, a tendência é que as coisas fluam com muita naturalidade".

 

Reforma Trabalhista

O presidente comentou ainda mudanças na área trabalhista que serão anunciadas ainda nesta manhã no Palácio do Planalto. Segundo Temer, o texto foi construído em conjunto com trabalhadores e empregadores. "Isso tudo foi muito bem negociado", disse.

O governo vai enviar ao Congresso uma medida provisória que trata da renovação do Programa de Manutenção e Geração de Empregos, cuja vigência terminaria neste ano.

Temer diz que demais mudanças nas regras deverão ser encaminhadas em formato de projeto de lei, uma vez que não há requisito de urgência.


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