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9 de Janeiro de 2017 às 06:23

Fenae propõe que Funcef realize plebiscito para participantes opinarem sobre o investimento

Vale: após 20 anos, qual o melhor caminho a seguir?


Brasília - Faz 20 anos que a Funcef investiu em ações da Vale. A compra de ações da maior produtora de minério de ferro do mundo se deu no momento em que a empresa foi privatizada, em 1997. Pouca gente tem conhecimento, mas um acordo de acionistas impediu a venda de ações da Vale até 2017. Duas décadas depois, a mineradora se tornou um dos principais investimentos da Funcef, tendo passado por altos e baixos, contribuindo para superávits e, mais recentemente, para o déficit da fundação.  Com a conjuntura econômica do país e a queda nos preços do minério de ferro, afinal, qual a perspectiva de recuperação da Vale? Mesmo realizando lucro, vender a participação em momento de baixa no mercado interessaria a quem? Chegou a hora de decidir os rumos desse investimento.

Segundo a fundação, o ativo foi preponderante para os superávits até 2011, gerando muitos benefícios para os participantes, mas daquele ano em diante, a sua desvalorização tornou-se um dos principais motivos de déficit – no Reg/Replan Saldado, plano mais impactado por esse investimento, a perda equivale a 16,4% do déficit a equacionar de 2015. Enquanto isso, os participantes arcam com o equacionamento.

A Fenae propõe à Funcef que realize um plebiscito para que os participantes possam opinar sobre qual deve ser a conduta da fundação quanto à Vale. “Defendemos um estudo criterioso sobre o tema e a consulta aos participantes. É saudável que decisões de maior impacto sobre um investimento tão relevante levem em conta a opinião dos participantes, afinal é o nosso futuro em jogo”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Participação atual
O investimento inicial em 1997, segundo a Funcef, foi de R$ 251 milhões, realizado no FIA Carteira Ativa II. Em 2015, a participação contabilizada totalizou cerca de R$ 4,5 bilhões (8,27% dos recursos garantidores dos planos da Fundação). A rentabilidade do investimento no período chegou a 396,17% acima da inflação (INPC). Descontada a taxa de juros, que compõe a taxa mínima atuarial dos planos da Funcef, a rentabilidade líquida foi de 81,3% acima da meta. Os resultados são contábeis, ou seja, esses bilhões não entraram nem saíram da Funcef. São estimativas que, embora impactem nas finanças do fundo de pensão, só se confirmarão se as ações forem vendidas. A Funcef também mantém ações da Vale em carteira própria (R$ 18,2 milhões) e em aluguel (R$ 64,4 milhões), totalizando R$ 82,6 milhões.

> Lei íntegra da materia acessando aqui


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