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18 de Março de 2019 às 08:00

Fenae participa em Belém de seminário em defesa dos bancos públicos

Evento conta com o apoio das entidades representativas dos empregados da Caixa. Objetivo é debater o papel dessas instituições nas políticas públicas, com contestação ao processo de desmonte da Caixa, que poderá retirar recursos dos programas sociais


Crédito: Reprodução

Brasília - Nesta sexta-feira (15), enquanto empregados da Caixa Econômica Federal realizam atos em Dia de Luta por todo o país, em defesa do banco público e pelo reconhecimento dos trabalhadores, o Sindicato dos Bancários do Pará (Seeb/PA) sediou o evento “Seminário bancos públicos – desenvolvimento para toda gente”, em Belém.

O encontro contou com a presença do vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Sergio Takemoto, da presidenta do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa e diretora da Fenae, Rita Serrano, do presidente do Seeb/PA, Gilmar Santos, da Coordenadora de Planejamento Estratégico do Banco da Amazônia (Basa), Laura Santos, e do deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol/ PA).

Durante o debate, Sérgio Takemoto fez uma análise da conjuntura política brasileira. “O governo Bolsonaro quer restringir a atuação dos movimentos sociais no Brasil, principalmente dos sindicatos. Podemos lembrar da reforma trabalhista, que acabou com o imposto sindical, e recentemente da aprovação da Medida Provisória 873, que restringe o financiamento das entidades de classe consagrado na Constituição”, afirmou. Segundo ele, a MP representa um duro ataque ao direito de organização autônoma dos trabalhadores.

Rita Serrano também concordou com a tese de que o período por que passa o país é muito difícil, mas não é momento para desistir. “Precisamos tomar uma atitude e apostar em uma correlação de forças com resistência e muita persistência para manter os bancos públicos”, disse a uma plateia formada, em sua maioria, por bancárias e bancários.

Serrano citou como exemplo de insucesso para o desenvolvimento do país o processo de privatização da antiga empresa estatal Vale do Rio Doce. “A sede pelo lucro teve como consequência grandes tragédias anunciadas, como podemos lembrar os desastres ambientais em Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais”, declarou.

A importância da função social dos bancos públicos foi lembrada por Laura Santos, do Basa. Na ocasião, Laura enumerou alguns dos benefícios que os bancos públicos oferecem para a população e sociedade, entre os quais estão “o de promover o fomento do desenvolvimento do país em vários setores da sociedade (setor industrial, por exemplo), a redução da taxa de juros em crises econômicas, o estímulo da concorrência bancária, o protagonismo nos programas sociais e a facilidade de acesso ao crédito, concedendo para milhões de cidadãs e cidadãos uma independência financeira”.

Ainda durante o debate, o presidente do Seeb/PA, Gilmar Santos, enfatizou que a defesa dos bancos públicos não pode ser só de interesse da categoria bancária. E afirmou: “Defender o desenvolvimento do país é defender os bancos públicos, é defender o patrimônio do povo brasileiro, é defender a nossa existência como classe trabalhadora”.

O deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol/PA) reafirmou o seu compromisso com a luta em defesa dos bancos públicos na Câmara dos Deputados. "A minha participação neste evento tão importante é reforçar meu apoio aos bancos públicos, fazendo o enfrentamento resistente na Câmara contra o governo federal”, concluiu.

Mesas redondas
Ainda na manhã desta sexta ocorreu a mesa redonda "Em defesa dos bancos públicos", coordenada por Tatiana Oliveira, vice-presidente do Seeb/PA, e com a presença de Cleiton Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Sílvio Kanner, presidente da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA), Kátia Furtado, presidenta da Associação dos Funcionários do Banpará (AFBEPA), Alberto Araújo, presidente da Apcef/PA e Fábio Pantoja, diretor regional da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb), no Pará.

A vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, ao encerrar as atividades matutinas do seminário, leu uma carta-manifesto em defesa dos bancos públicos. Também, no final da manhã desta sexta, ocorreu o lançamento do livro “Se é público, é para todos”, organizado pelo professor Emir Sader, que também é coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LPP/UERJ). A obra traz o artigo “Caixa: empresa centenária a serviço do sonho dos brasileiros”, escrito por Rita Serrano, que autografou exemplares no evento.

À tarde, o seminário continuará com uma oficina de formação para os bancários, ministrada por José Sasseron, diretor da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), sobre os impactos da reforma da Previdência.

Fonte: Fenae


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