O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reforça o posicionamento contrário à operação. “A cobiça internacional já era esperada, pois a arrecadação das loterias aumenta a cada ano. Mas o mais importante, que não está considerado nesse processo, é o papel social que elas têm. Dos R$ 13,9 bilhões que foram arrecadados em 2017, R$ 5,2 bilhões foram transferidos para seguridade e para programas nas áreas de educação, esporte, cultura, segurança pública e saúde. Isso será afetado, caso haja a privatização”, afirma.
Entre as iniciativas que recebem recursos das Loterias Caixa, destacam-se o Programa de Financiamento Estudantil (FIES), Fundo Nacional de Cultura (FNC), Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) e Fundo Nacional de Saúde (FNS). Na área do esporte nacional, os repasses são feitos para o Ministério do Esporte, Comitê Olímpico Brasileiro, Comitê Paralímpico Brasileiro, clubes de futebol e Confederação Brasileira de Clubes.
Ainda na avaliação de Jair Ferreira, a venda de parte das loterias será a porta aberta para o desmonte da Caixa 100% pública. “No ano passado, barramos a transformação do banco em Sociedade Anônima. A luta continua, contra projetos que visam a entrega de áreas como loterias, cartões e até habitação”, diz. E completa: “para completar, a Caixa foi excluída do processo. Caso ele seja concretizado, por decisão do Ministério da Fazenda e do atual governo, teremos uma importante estatal do país fora dessa iniciativa”.
Fonte: Fenae