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9 de Agosto de 2019 às 09:45

Conselho da Fenae debate ameaça de privatização da Caixa

Reunidos em Brasília, presidentes das Apcefs e diretores da Fenae discutem necessidade de resistir à agenda privatista do governo


Crédito: FENAE

Brasília Um amplo debate sobre as “Perspectivas para a Caixa no próximo período” marcou o início da reunião do Conselho Deliberativo Nacional da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), nesta quinta-feira (8), em Brasília. Além dos presidentes das Apcefs nos 26 estados e Distrito Federal, o debate do CDN contou com a participação do presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, do vice-presidente, Sérgio Takemoto, da diretora da Fenae e da representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, e a deputada federal Erika Kokay (PT/DF).

“Esse fórum é estratégico para intensificar e fortalecer a nossa resistência ao enfraquecimento do papel social da Caixa”, destacou a conselheira. “Se as entidades e os trabalhadores não tivessem se mobilizado nas ruas e no Congresso, a Caixa já teria sido transformada em S/A”, completou Rita Serrano.

Resistência e unidade para evitar a privatização das estatais foram os pontos mais destacados pelos presidentes e diretores de Apcefs que participam da reunião do CDN. “As Apcefs e o sindicatos precisam ser trincheiras para fazer esse enfrentamento. Nós passamos por momentos difíceis no governo FHC e essas entidades foram decisivas para fazer a resistência”, argumentou o diretor de Comunicação e Imprensa da Fenae e representante da Fetrafi/NE, Marcos Saraiva.

A diretora de Relações do Trabalho da Federação, Rita Lima, também destacou a importância histórica da Fenae e das Apcefs para fazer a defesa da Caixa e do seu papel social. “Não podemos ficar parados”, disse.

Também secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf), Sergio Takemoto lembrou que durante 12 anos a Caixa foi fundamental para o desenvolvimento do país através de programas como Minha Casa Minha Vida e o financiamento estudantil e cultural. Hoje, no entanto, o banco passa por ataques que visam sua destruição. “Para fazer a privatização, o governo vai precisar atacar nossas organizações, como a Fenae, os movimentos sociais, sindicatos e associações, porque somos nós que vamos fazer a resistência. Está no nosso DNA a luta pela empresa”.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, disse que a entidade está empenhada em realizar campanhas e outras ações em todo o país para esclarecer trabalhadores e a população sobre os prejuízos sociais que a privatização da Caixa pode causar. “A proposta é desmontar tudo e nossa alternativa é resistir. Vamos defender a empresa e o país”, enfatizou.

Jair Ferreira lembrou o processo de desmonte que o banco vem passando com propostas de venda de ativos, redução de pessoal e fechamento de agências. “Participamos do Congresso dos Empregados da Caixa e da Conferência dos Bancários, onde fizemos um debate amplo sobre essa conjuntura, e saímos fortalecidos e com disposição para enfrentar os ataques contra o banco e as demais empresas públicas”.

Após reforma da Previdência, governo vai atacar as empresas públicas

Convidada para falar sobre os ataques do governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores e ao patrimônio brasileiro, a deputada federal Erika Kokay (PT/DF), foi taxativa: “depois que aprovarem a reforma da Previdência, eles vão atacar as empresas públicas. Essa será a próxima agenda do governo”.

Erika Kokay disse que o governo Bolsonaro não tem projeto de desenvolvimento econômico e busca “soluções mágicas” para resolver a recessão que o país atravessa. “Foi assim com a PEC que limitou os gastos públicos, depois com a reforma trabalhista, que ia gerar mais empregos – o que não aconteceu, agora é a reforma da Previdência”, citou a parlamentar.

Segundo a deputada, a lógica privatista deve avançar. “O que justifica a privatização de uma empresa como os Correios, que dá lucro e é reconhecida pela qualidade de serviço?”, questionou Kokay.

Para ela, o que está por trás da privatização de empresas como a Caixa, Correios, Eletrobrás, dentre outras, é o favorecimento do sistema financeiro e dos setores que não tem compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país.

“Os saques de R$ 500,00 do FGTS não vão aquecer a economia. O que governo quer é tirar a gestão do fundo da Caixa. Defender a Caixa é defender o Brasil e o povo brasileiro, que precisa de habitação, de investimentos em infraestrutura, em mobilidade e tantas outras áreas onde a Caixa está presente”, enfatizou Erika Kokay.

Representante dos empregados no CA defende papel social da Caixa

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Outro instrumento de enfrentamento contra a privatização apontado como importante pelo CDN é a atuação da conselheira eleita. “Precisamos valorizar e fortalecer a representação dos empregados no Conselho de Administração, para aprimorar e unificar nossa mobilização e levar essa luta para as bases”, destacou Carlos Alberto Oliveira Lima (Caco), diretor de Esportes da Fenae.

A conselheira Rita Serrano fez nesta quinta-feira um balanço do seu mandato, ressaltando as atividades desenvolvidas em 20 estados, como audiências públicas em câmaras municipais e assembleias estaduais, além de debates em entidades sindicais e do movimento associativo, para ampliar a discussão sobre a importância dos bancos públicos e de outras estatais, como empresas estratégicas para os avanços econômicos e sociais do país.

Rita destacou ainda que seu mandato tem sido pautado por votos contrários no CA  a tudo que fere o papel social do banco e ameaça a sua sustentabilidade.

Fonte: Fenae


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