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11 de Janeiro de 2017 às 06:29

Assange: "Fragilizar a Petrobras é uma forma de fortalecer os militares"

ASSANGE: “FRAGILIZAR A PETROBRAS É UMA FORMA DE FORTALECER OS MILITARES”


Crédito: Reprodução

Na íntegra da entrevista concedida ao jornalista Fernando Morais, do Nocaute, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, discorre sobre as vantagens das empresas estrangeiras na exploração do pré-sal, uma maneira de o Brasil "trocar favores com os Estados Unidos"; em uma das interpretações sobre o que acontece atualmente no campo de petróleo brasileiro, ele faz a seguinte análise: "Quais são as grandes instituições públicas brasileiras, quais as mais fortes? Acho que são o Exército e a Petrobras. E acho que em comparação, todas as outras instituições são fracas. Então creio que fragilizar a Petrobras é uma forma de fortalecer os militares como centro de gravidade da organização do estado. E isso pode ser um problema"; sobre Michel Temer, ele acredita que não se tratava de "um espião pago pelo governo americano"; "Estamos falando de algo mais, falando de construir um boa relação de forma a ter trocas de informação de parte a parte. E apoio político"; assista

Por Brasil 247

247 - Na íntegra da entrevista exclusiva concedida ao jornalista Fernando Morais, do Nocaute, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, discorre, entre outros assuntos, do cenário de exploração de petróleo no Brasil e da atual abertura do governo brasileiro às empresas estrangeiras no campo do pré-sal, onde até o governo Dilma Rousseff a Petrobras tinha exclusividade.

Segundo ele, "a Petrobras é considerada uma aliada do PT, porque Dilma esteve lá, colocou gente dela lá e as políticas dela beneficiaram a Petrobras", então "isso faz com que outros partidos queiram reduzir o poder da Petrobras, tirando os ganhos dela".

"Uma maneira de trocar favores com os Estados Unidos é facilitar à Chevron e à ExxonMobil o acesso a partes desse petróleo. Nas mensagens vazadas por WikiLeaks aparece um desejo constante das petroleiras americanas de ter o mesmo acesso que a Petrobras tem", afirma.

Ao ver "o que acontece no Brasil por outro ângulo", ele faz a seguinte análise: "quais são as grandes instituições públicas brasileiras, quais as mais fortes? Acho que são o Exército e a Petrobras. E acho que em comparação, todas as outras instituições são fracas. Então creio que fragilizar a Petrobras é uma forma de fortalecer os militares como centro de gravidade da organização do estado. E isso pode ser um problema".

A respeito de Michel Temer, que segundo ele entregou informações sigilosas do Brasil aos Estados Unidos em troca do apoio do país pelo golpe parlamentar que tirou Dilma do poder, ele avalia:

"Isso não é pra dizer que ele é um espião pago pelo governo americano. Eu não sei, mas não existem evidencias que ele seja um espião pago em dinheiro. Estamos falando de algo mais, falando de construir um boa relação de forma a ter trocas de informação de parte a parte. E apoio político".

Confira aqui os dois blocos da entrevista:



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