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1 de Setembro de 2017 às 14:36

Um ano após o golpe, jornalistas denunciam desmonte da EBC


Revista Fórum

Em nota divulgada pelo extinto Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), seus integrantes denunciam os impactos da Medida Provisória (MP) 744, que mudou totalmente a estrutura da empresa. Publicada pela gestão de Michel Temer (PMDB), em 2016, a MP completa um ano nesta sexta (1º) e ainda é razão de inúmeras polêmicas entre os favoráveis ao governo, funcionários da EBC, comunicadores e outros especialistas.A última presidenta do conselho, Rita Freire, afirmou que a empresa abandonou o modelo de comunicação pública, que se pauta no interesse social e coletivo. “O que está acontecendo com a EBC hoje, além do desmonte de vários setores, é servir ao governo federal como uma linha da transmissão dos seus interesses”, disse Freire, em entrevista ao Brasil de Fato.

De acordo com ela, a extinção do Conselho significou o fim da livre participação da sociedade na empresa, porque os integrantes do colegiado eram representantes de vários segmentos populares. Eles exerciam o controle social sobre a programação e o conteúdo produzido pelos veículos da EBC.

Na nota, os conselheiros denunciam, entre outras coisas, a situação em que se encontra a Rádio Nacional da Amazônia. O veículo é apontado como sendo fundamental para comunidades da região Norte e está sem sinal desde março deste ano. “Essa rádio é importante até para uma comunidade informar outra sobre algum evento, algum acontecimento grave que ela esteja enfrentando, informações do cotidiano. Ela não tem outro meio de fazer essa comunicação. O Conselho Curador jamais permitiria isso”, revela a presidenta cassada.

Além da extinção do colegiado, a nota divulgada pelos conselheiros critica as outras mudanças trazidas pela MP. Uma delas foi a transferência da EBC para as responsabilidades da Casa Civil, que trata das articulações políticas do governo. Outra crítica recai sobre o fim do mandato do diretor-presidente da empresa Ricardo Melo. Nomeado por Dilma Rousseff, ele foi exonerado por Michel Temer em 2016. Em seu lugar, o governo nomeou definitivamente o jornalista Laerte Rimoli.


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