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13 de Julho de 2017 às 14:28

Reformas que produzem desemprego são péssimas para a Previ, diz diretor eleito


Marcel Barros, diretor eleito de Seguridade da Previ

A reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional é uma péssima notícia para os fundos de previdência complementar como a Previ, que melhoram o rendimento de seus investimentos em cenários de crescimento econômico, com aumento do poder aquisitivo não apenas de seus associados mas de toda a população.

Estudo recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre 642 mudanças nos sistemas laborais ocorridos em 110 países entre 2008 e 2014 mostra que, a despeito da justificativa de que as reformas eram necessárias para superar situações de crise e combater o desemprego, os resultados agravaram esses problemas.

Na maioria dos países, segundo o estudo, aumentou o desemprego e os trabalhadores tiveram redução de salários e da rede de proteção social. Isso aprofundou o quadro de precariedade das condições de trabalho, contribuindo para a concentração da riqueza e para a expansão de bolsões de miséria.

Caso clássico é o da Espanha, onde o desemprego ultrapassou 23% da população economicamente ativa e mais da metade da força de trabalho jovem – produzindo uma geração inteira desperdiçada como força de produção e desencantada. Cinco anos depois das reformas, no primeiro trimestre de 2017 a Espanha ainda sofria com 18,7% de desempregados, sem contar uma massa imensa de trabalhadores com empregos precários e temporários.

Dado o caráter sorrateiro imposto pelo governo Temer para aprovar com urgência a reforma trabalhista exigida pelo mercado, sem discussão com os atores envolvidos e sem contrapesos que possam proteger minimamente os direitos trabalhistas, as consequências também serão desastrosas para os trabalhadores no Brasil – país que sequer chegou a consolidar uma rede de proteção social, ao contrário da Espanha.

Assim, para os objetivos do mercado e do governo, nem será necessária a reforma da previdência social, porque ela será extinta por inanição.

Se não houver uma correção de rota, vamos entregar a nossos netos e bisnetos um país onde os ricos serão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais miseráveis, sem emprego e sem direitos sociais.

E isso é péssimo para o futuro da Previ e seus associados e desastroso para o Brasil e para os trabalhadores.


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