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28 de Março de 2016 às 10:54

Sindicato sedia o Fórum 21 em defesa da democracia


Crédito: SEEB/BRASÍLIA

Brasília - “Política, Economia, Direito e Mídia: os fundamentos da crise” foi o tema do seminário promovido pelo Fórum 21, no dia 21 deste mês, no Teatro dos Bancários. Cerca de 400 pessoas – entre juristas, ativistas políticos, intelectuais, artistas e representantes do movimento sindical e social -- participaram do evento, que acabou se transformando em um grande ato em defesa da democracia brasileira. O ex-presidente do Sindicato, Jacy Afonso, um dos integrantes do Fórum 21, também esteve presente.

A ex-deputada distrital (PT) Arlete Sampaio, que coordenou o seminário, iniciou o evento lembrando que as eleições de 2014 foram as mais politizadas e mais duras da história deste país. “Ao ganharmos, a gente dizia que era o projeto da nação contra o império. No entanto, a disputa não acabou quando o pleito terminou”, observou.

E acrescentou: “Hoje estamos vivendo uma situação das mais absurdas que jamais poderíamos imaginar, e que nós deixa estarrecidos”. Como exemplo, Arlete citou a abertura do processo de impeachment, “sem qualquer motivação política juridicamente sustentável”.

“Os sonhos do ódio não vingam”, disse o poeta Pedro Tierra, que leu “Contra seu ventre nascemos...”, poema escrito por ele em fevereiro deste ano, “num momento de encontro, desses dias difíceis que estamos vivendo”.

Ator e produtor cultural, Murilo Grossi destacou o papel da mídia na construção da intolerância e, consequentemente, de medo, que toma conta do país. “Nós temos a sensação de que estamos vivendo em 1968. Isso é culpa da mídia”, frisou.

Venício Lima, professor aposentado de Ciência Política e Comunicação da UnB, também criticou a mídia que, segundo ele, tem sido parceira das elites na construção de movimentos de ruptura do regime democrático, como ocorreu na queda do presidente Getúlio Vargas e no golpe de 64.

 

Armadilha neoliberal

O economista Paulo Kliass enfatizou a necessidade da resistência para reverter tentativa de golpe. E apontou que a atual crise política é, em grande medida, resultado das más escolhas do governo Dilma.  “Especialmente neste segundo mandato, a presidenta preferiu adotar o projeto do seu adversário do que aquele que a fez sair vitoriosa das urnas”, observou.

Kliass afirmou que a insistência do governo em manter a armadilha neoliberal do superávit primário faz com que o pagamento de juros da dívida pública siga intocável, enquanto o povo padece com o desemprego e com o corte nos gastos sociais. E alertou sobre a necessidade da retomada do crescimento econômico.

Para o jurista e ex-presidente do Conselho Nacional da OAB, Marcelo Levenère, a Operação Lava Jato é um fator de forte desestabilização democrática do país. Ele condenou a banalização da prisão preventiva e o excesso de “conduções coercitivas que não se justificam juridicamente, como a do ex-presidente Lula”, que ele classificou como medida violenta, arbitrária.

Levenère também reprova a utilização da delação premiada e a divulgação de grampos ilegais e vazamentos seletivos.

Já o embaixador Samuel Guimarães destacou as conquistas sociais iniciadas pelo governo Lula, mas considerou que uma sucessão de erros cometidos pelos governos populares também corroboram para a crise. “Temos uma grande ofensiva neoliberal em curso, com silêncio das autoridades”, disse.

Esther Bemerguy, uma das integrantes do Fórum 21 – Capítulo Brasília, convidou a todos os presentes a aderirem à plataforma ampla, democrática e apartidária. E que tem por objetivo reconstruir uma alternativa de esquerda para o país e, na atual conjuntura, defender a democracia e denunciar o golpe em curso.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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