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13 de Julho de 2016 às 06:27

Sindicato critica desastrosa gestão de Gilberto Occhi na Caixa


Brasília - Há menos de dois meses à frente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi já demonstrou a sua total falta de comprometimento com os empregados, contrariando seu próprio discurso de posse, no dia 1º de junho, de que iria valorizar o banco e os trabalhadores. Esta é a avaliação do Sindicato, que critica a forma como o novo presidente vem conduzindo a instituição financeira, que, apesar do curto espaço de tempo, já é alvo de grandes estragos, notadamente em relação à gestão das principais funções dos bancários.

Bancário da Caixa há 36 anos, sendo, portanto, conhecedor de todo o papel do banco e de sua importância para a promoção das políticas públicas, bom senso seria o mínimo que se poderia esperar de Occhi na condução da empresa. Porém, os dirigentes sindicais se sentem indignados e consideram ultrajante e vergonhoso que um funcionário de carreira tenha assumido a presidência da Caixa para sucateá-la. 

O clima desfavorável aos bancários, na desastrosa gestão Occhi, ficou patente já na primeira rodada de negociação da Caixa com os representantes dos trabalhadores. Na ocasião, o banco apresentou pré-piloto de agências virtuais e anunciou que a reestruturação será retomada, apesar de ainda não ter prazo definido.

Com a justificativa de redução de custos e para tornar a empresa “mais eficiente”, a Caixa promove ainda mudanças no seu “modelo de gestão”, que atingem seu corpo funcional. Por conta deste momento desfavorável na instituição financeira, a apreensão entre os empregados vem aumentando em todo o país. Motivos não faltam.

Alteração da RH 184

Entre as ações implementadas, está o corte de cargos comissionados ou funções, como a de caixa, medidas que provocaram clima de terror entre os empregados, sendo que a medida pode representar corte significativo no salário dos funcionários atingidos.

Na alteração do RH 184, o item 3.1.1.1 diz que o novo provimento da FG de caixa ocorre exclusivamente por meio de designação por minuto.

A quebra de caixa consiste em parcela que pode ser paga ao empregado que lida diariamente com numerário, títulos e valores. A parcela quebra de caixa não se confunde com a gratificação de caixa. Isso porque a quebra de caixa tem por objetivo compensar perdas decorrentes de eventuais diferenças de numerário que o funcionário tenha que suportar.


Avaliadores de penhor

Como se não bastasse a situação crítica dos avaliadores de penhor dentro da Caixa, por conta do número reduzido de empregados que atuam nesta função, a empresa comunicou, de forma unilateral, no último dia 5, que deixará de pagar adicional de insalubridade (que corresponde a 40% do salário mínimo) a esses trabalhadores, já a partir deste mês de julho.

A alegação é de que a medida está baseada em laudos técnicos realizados nas unidades que possuem esse tipo de atividade. Os laudos concluíram pelo enquadramento da atividade de avaliador executivo como atividade salubre.

Um ambiente mais saudável para os cerca de 900 avaliadores em todo o país é reivindicação histórica da categoria. Entre as principais ameaças da função está a manipulação de produtos químicos tóxicos.

“Além de não oferecer ambiente de trabalho saudável aos avaliadores de penhor, embora insista em afirmar o contrário, a Caixa pune o empregado duplamente, retirando seu adicional e mantendo-o em ambiente prejudicial a sua saúde”, critica o diretor do Sindicato José Herculano (Bala), também avaliador de penhor da Caixa.

Retorno dos PSICs

A falta de perspectivas de retorno dos Processos Seletivos Internos por Competência (PSICs) é outra cobrança constante dos dirigentes sindicais, para assegurar que todos os trabalhadores tenham igualdade de oportunidades na ascensão à carreira. E exigem mais transparência nos processos.

Durante o 32º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), realizado em junho, em São Paulo, os participantes apresentaram proposta de criação de um comitê de acompanhamento dos PSICs e do banco de habilitados, oportunidades e sucessores, com a participação dos empregados e um membro da Gipes.

Contratações

A Caixa reafirma ainda que não há previsão de contratação dos concursados, assunto cobrado constantemente pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) em mesa de negociação, em função da redução do quadro por conta do PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria). O banco se recusa a informar até o número de bancários que aderiram ao plano.

Sem contar que, de acordo com o item 1.7 da RH 053 da Caixa, noutra alteração imposta pela empresa, os bancários poderão ser colocados à disposição do Conglomerado Caixa (Caixa Seguros, Lotex, Caixa Cartões ou para a Funcef), conforme disciplinado na CLT, em regulamentação própria e manuais normativos internos do banco. No entanto, não divulga critérios que serão utilizados pela empresa para a escolha de desses funcionários. 

“Isso é um absurdo”, enfatizam os dirigentes sindicais, acrescentando que, além de se recusar a fazer mais contratações para acabar com as jornadas excessivas dos bancários, a Caixa vai na contramão e decide implementar medidas que vai acarretar redução de direitos, rendimentos e ainda mais sobrecarga de trabalho aos empregados.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília

Sindicato critica desastrosa gestão de Gilberto Occhi na Caixa


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