bELÉM pa - O incêndio na tarde desta quinta-feira (21) na Agência-Barco Ilha do Marajó, em Curralinho, não deixou só a população sem serviços bancários, deixou também bancários, clientes e usuários assustados após o fogo que destruir, em poucas horas, toda a embarcação. Não houve feridos, apenas danos materiais.

O Sindicato fez contato, por telefone, ontem mesmo com funcionários da unidade e também com o banco que se comprometeu em garantir o transporte para a volta deles a Belém e emissão do Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT). A causa do incêndio ainda será investigada, mas segundo testemunhas, o fogo teria começado na sala técnica, cuja porta de acesso tem trava eletrônica.

Nesta sexta-feira (22) diretores do Sindicato foram até a agência São Braz, a qual a Agência-Barco é vinculada, e conversaram rapidamente com os bancários que estavam na embarcação na hora do incêndio. Os empregados estavam lá para falar com o gerente geral.

“Eles estavam cansados da viagem de Curralinho para Belém, mas estavam todos bem. Colocamos o Sindicato à disposição deles para o que for preciso e vamos continuar acompanhando o caso de perto”, afirma o diretor da entidade, Fábio Gian.

Na segunda-feira (25) estão previstos os atendimentos médico e psicológico que a Caixa agendou para os bancários, além da emissão de CAT.

“Felizmente ninguém se feriu e os bancários tinham treinamento específico para casos de sinistro desse tipo, o que só aconteceu depois de várias cobranças das entidades sindicais. É fato que os bancários não iriam apagar as chamas e nem tão pouco iriam impedir um incêndio, mas souberam como agir da melhor forma e evitarem uma tragédia. Contudo esse incidente deixa clara a necessidade da presença de brigadistas na embarcação e também de mais Corpo de Bombeiros em todo o Pará, já que a maioria das unidades está na Região Metropolitana de Belém”, alerta a diretora do Sindicato e empregada do banco, Tatiana Oliveira.

Segundo o Corpo de Bombeiros, em todo o Pará há 37 unidades da corporação; porém, 20 delas estão localizadas em Belém e Região Metropolitana. Os dados foram divulgados em 2012 após um incêndio de grandes proporções no município de Soure, outra cidade na Ilha do Marajó.

Como em Curralinho também não há Corpo de Bombeiros, as chamas na Agência-Barco só foram controladas no início da noite quando chegou uma equipe do município de Breves, localidade mais próxima a Curralinho que dispõe de um quartel de combate a incêndio. Ao chegar ao local, o Corpo de Bombeiros constatou que a embarcação foi totalmente destruída pelo fogo.

Inspeção à Agência-Barco – Em julho do ano passado, o Sindicato dos Bancários visitou a Agência-Barco junto com um engenheiro de segurança do trabalho do banco. A presença do profissional foi uma demanda das entidades sindicais que durante visitas anteriores constataram alguns problemas relacionados à segurança, pessoal e estrutura física na época, como o ruído produzido pelo motor da embarcação.

“A Agência-Barco é uma excelente iniciativa, mas a infraestrutura física e a baixa remuneração dos períodos embarcados não compensam o risco que os empregados ficam expostos, como viajar durante a noite em baixíssima velocidade para os municípios. Ainda bem que o incêndio não ocorreu com o barco no meio da baía e nem durante a noite. Esperamos que o projeto seja retomado com melhores condições. Há tempos que o Sindicato vem alertando sobre esses riscos”, lembra Heider Alberto.

Relembre aqui como foi essa visita em julho do ano passado

Agência-Barco Ilha do Marajó – É um projeto da Caixa que atende as populações ribeirinhas no Amazonas e no Pará. A Ilha do Marajó, que pegou fogo ontem, foi inaugurada
em 2014 e atua nos 10 municípios da ilha.

Assim como serviços bancários, as agências-barco levam o acesso à justiça e a direito das mulheres por meio do programa “Mulher, Viver sem Violência”, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Além disso, atendem os trabalhadores por meio de parceria com Ministério do Trabalho e Emprego, emitindo carteiras de trabalho e tirando dúvidas sobre os direitos trabalhistas.

Fonte: Bancários PA com informações caixa.gov.br e G1 PA