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17 de Abril de 2017 às 07:01

Seminário debate o desmonte dos bancos públicos


Crédito: Reprodução
Os dirigentes sindicais André Nepomuceno (esq.), da Fetec-CUT/CN, e Cristiano Severo, do SEEB/Brasília

Brasília - O Sindicato dos Bancários de Brasília e a Fetec-CUT/CN participaram do Seminário Em defesa dos bancos públicos, em São Paulo, na segunda-feira (10), na capital paulista. O evento, que reuniu representantes dos movimentos sindicais e sociais (CUT, UNE, MTST e MST), além de economistas e jornalistas, debateu temas como a luta permanente contra o desmonte de empresas essenciais como a Caixa, Banco do Brasil, BRB e outras instituições financeiras do país.

A diversidade de representantes que marcaram presença no seminário, demonstrando apoio aos bancários, deixou claro que a luta é de todos os trabalhadores e de toda a sociedade brasileira.  

Redução de postos de trabalho, processos de reestruturação para reduzir direitos e fechamento de agências, que fazem parte da dura realidade enfrentada por bancários, nortearam as discussões para auxiliar os trabalhadores e outros segmentos da sociedade a entenderem o porquê dessas empresas estarem passando por esse processo.

A ideia de privatização dos bancos não é nova. Adormecida durante anos, ela retorna agora com força total. No governo de FHC, no período de 1995-2002, o então ministro da Fazenda, Pedro Malan, já havia prometido ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a eliminação dos bancos públicos, seja pela via das privatizações ou pelo seu enfraquecimento, transformando-os em bancos de segunda linha.

Os participantes do seminário reforçaram que a dupla Temer-Meirelles está atuando exatamente na direção proposta do governo FHC. “Eles estão enfraquecendo a função pública do Banco do Brasil, da Caixa e do BNDES, e tomando várias medidas contra os bancos públicos e, em conseqüência, contra a população”.

“Não podemos permitir que pessoas descompromissadas promovam estragos estruturais sob a desculpa esfarrapada de uma conjuntura difícil”, avalia o secretário geral do Sindicato, Cristiano Severo, que também é bancário do BRB. E acrescenta: “Nenhum problema, de nenhuma nação, pode ser resolvido com o esfacelamento das instituições públicas e com a guilhotina no pescoço de seu povo”.

O secretário de Bancos Públicos da Fetec-CUT/CN, André Nepomuceno, destaca que uma conclusão aprofundada pelos especialistas convidados para o seminário é a de que não há argumentos técnicos para esse ataque aos bancos públicos federais e estaduais.

“Ficou mais claro que a sanha privatista de Temer vem da ganância do setor financeiro privado que o apoiou de primeira hora, visando somente o lucro e que cobiça todo o mercado brasileiro. Está na mão de nós, bancários, despertar para a gravidade da situação e construir cada vez mais união para defender essas ferramentas de desenvolvimento social, que são os bancos públicos, bem como nossos direitos”, conclui Nepomuceno, que também é bancário do BRB.

Golpe contra os trabalhadores

Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que participou de mesa sobre conjuntura no seminário, a crise econômica, os estados brasileiros quebrados financeiramente, as reformas impopulares como a da Previdência têm contribuído para que a população perceba qual o real objetivo do atual governo.

“Nossa narrativa de que o golpe foi contra os trabalhadores, está começando a ser entendida”, enfatizou, acrescentando que a lei da terceirização, por exemplo, é a diminuição de salários, dos direitos trabalhistas e aumento das jornadas.

Lançamento de cartilha

Durante o seminário, também foi lançada a cartilha Em Defesa dos Bancos Públicos: Verdades e Mentiras, elaborada a pedido do Sindicato dos Bancários de São Paulo, pelo economista João Sicsú, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nela, há várias argumentações sobre verdades e mentiras difundidas pela mídia. E desmistifica algumas inverdades, como a suposta ineficiência dos bancos públicos e a falsa alegação de que desperdiçam recursos.

A cartilha explica ainda a importância que estes bancos exercem no empréstimo às micros e às pequenas empresas e não somente às grandes, bem como seus financiamentos geram milhões de empregos no Brasil. E ressalta: “Defender os bancos públicos significa, portanto, defender um país melhor, mais desenvolvido, menos desigual, mais justo e mais fortalecido. Se é banco público, é para todos”.

 

Fonte: SEEB/Brasília com Seeb São Paulo


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