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3 de Dezembro de 2020 às 07:35

Proposta sobre Teletrabalho, ponto eletrônico e quitação de horas extras do Itaú não terá assembleia em Dourados


O sindicato dos Bancários de Dourados e Região-MS, decidiu não convocar assembleia dos funcionários do banco Itaú para apreciação e votação do acordo coletivo de teletrabalho, ponto eletrônico e quitação de horas extras.

Vários sindicatos a nível nacional estão se posicionando da mesma forma, uma vez que existem vários questionamentos do movimento sindical sobre o tema. Em relação ao teletrabalho a proposta contempla algumas reivindicações do movimento sindical como ergonomia e ajuda de custo. Porém, ela não abrange todos os funcionários que estão nesse regime de trabalho, somente os da área administrativa (back office). Desta forma, ficam de fora bancários da rede de agências que estão trabalhando em casa.

Outro problema é que, mesmo que o Itaú arque com os custos operacionais com computador, cadeira, teclado e mouse, caso haja necessidade de manutenção destes equipamentos, todo o custo de entrega no local da manutenção recai sobre o trabalhador. O acordo também não prevê como ficam os períodos de tempo em que o trabalhador estiver aguardando os reparos e consertos, com a sua contabilização como efetivo trabalho dado o tempo à disposição do banco.

A proposta não é clara, ainda, ao colocar o bancário como responsável pela guarda e conservação dos equipamentos, sem esclarecer questões ligadas à segurança ou medidas de auxílio e amparo em caso de furtos, roubos ou outros fatos que fogem do controle do funcionário. Isto, sendo certo que tais bens são considerados em proveito da atividade econômica, e não da pessoa do empregado.

Já em relação ao ponto eletrônico não diverge em nada do atual acordo que os Sindicatos já tem assinado com o banco, que regulamenta a marcação da jornada de trabalho e garante acesso do Sindicato, em qualquer tempo, ao espelho de ponto dos bancários.

Mais o grande problema está na proposta para a quitação integral das horas extras. A anotação da jornada dos funcionários nem sempre reflete a real jornada e as horas extras realizadas. A imposição de quitação integral beneficia o banco e dificulta futuras discussões ou questionamentos do bancário sobre horas extras não registradas.

Com a quitação integral, a proposta exime o banco da sua responsabilidade em relação à jornada e ao devido pagamento das horas extras realizadas pelos funcionários. E é claro que os trabalhadores têm medo de recusar a quitação enquanto o contrato de trabalho está em vigor, já que essa recusa pode gerar perseguição interna.

O banco inclui numa só proposta os três acordos, razão pelo qual o sindicato decidiu em não convocar assembleia, prevista para os dias 3 e 4/12,  por entender que é inviável aceitar a proposta pelos motivos elencados.


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