Brasília - Não bastassem as iniciativas do governo Rollemberg apresentadas à Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 2015, que atentavam contra o BRB, agora a iniciativa de uma parlamentar, a deputada Telma Rufino, mais uma vez coloca em xeque o futuro do banco: o projeto de emenda à Lei Orgânica 35/2016, que desobriga os servidores do GDF a terem conta salário no BRB. O projeto revoga os parágrafos 4º e 5º do artigo 144 da Lei Orgânica, que trata do pagamento dos servidores do GDF.

“A deputada parece que não se preocupa com o banco, seu futuro, sua continuidade e tampouco com todos os trabalhadores vinculados ao BRB, que ultrapassa 5 mil pessoas, se considerarmos funcionários diretos, terceirizados, menores aprendizes e estagiários. Isto sem contar os inúmeros empregos gerados pelas conveniências e também pelas empresas fornecedoras do banco. Se um agente público, em tese, deveria se preocupar com a sociedade, a deputada Telma são se importa com importante segmento da sociedade do DF”, desabafa o diretor do Sindicato Daniel de Oliveira, que também é bancário do BRB.

A liberdade para transferir o salário para qualquer banco já existe, e há tempo. Qualquer servidor, que não queira movimentar seu salário no BRB, pode utilizar a portabilidade bancária, já regulamentada pelo Banco Central há anos.

Provavelmente, a deputada não saiba disto. Os legisladores, quando incluíram a obrigatoriedade de se ter conta salário no banco, certamente se ativeram à questão de que, o pagador (o GDF) tem um banco, e nada mais natural que este recurso seja depositado no banco do pagador. Porém, facultando ao empregado a liberdade de transferir os recursos para o banco que quiser, sem nenhum ônus.

O projeto foi distribuído para a relatoria do deputado Chico Leite, que deverá emitir um parecer sobre o mesmo.

O Sindicato, já nesta quinta (17), buscará o deputado Chico Leite para discutir a importância de ele apresentar um parecer contrário ao projeto.

A deputada Telma Rufino é a mesma envolvida em um escândalo de corrupção, desbaratado pela Operação Trick, que desnudou um esquema de corrupção em empréstimos no Banco do Brasil. A operação apontou ainda que a referida deputada teria adquirido diplomas universitários falsos.

Subscrevem o referido projeto também os deputados distritais Celina Leão, Reginaldo Veras, Lira, Ricardo Vale, Wellington Luiz, Luzia de Paula e Cristiano Araújo.

“É deprimente e contraditório a postura dos parlamentares que assinam este projeto. Em 2015, por ocasião do debate na Câmara Legislativa do DF sobre os projetos enviados pelo Executivo que atacavam o BRB, eles fizeram até discurso dizendo defender o banco. Porém, agora, assinam este projeto que atenta frontalmente contra o BRB”, afirmou o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio, que também é bancário do BRB.

“É lamentável que até um deputado do PT, partido que sempre se portou em defesa das empresas públicas e dos trabalhadores, assine um projeto desta natureza. Lamentável também o fato de que a deputada emprega dois petistas, ex secretários do governo Agnelo, que permitem que a deputada tenha uma iniciativa destas”, disse o diretor do Sindicato Ronaldo Lustosa, que também é bancário do BRB.

“É descabida uma atitude destas por parte de deputados que deveriam defender as instituições públicas pertencentes a Brasília. Estes ataques parecem demonstrar interesses outros, pouco republicanos e que ameaçam o BRB e seus funcionários. Vamos fazer o que for necessário para defender os trabalhadores”, afirmou o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, Cristiano Severo, que também é bancário do BRB.

O Sindicato, além de buscar o diálogo com o deputado e relator da proposta Chico Leite, buscará cada parlamentar da Câmara Legislativa para mostrar a imprudência e inapropriedade deste projeto, e reafirma que, independentemente de partido, repudia a atitude de qualquer parlamentar que atente contra os trabalhadores. O Sindicato se guia única e exclusivamente pelos interesses dos trabalhadores.

Outro fato lamentável e emblemático, é que o gabinete da deputada Telma Rufino foi procurado pelo Sindicato para confirmar as suspeitas acerca do referido projeto há cerca de duas semanas, o que o gabinete negou, embora o mesmo tenha sido apresentado ainda em fevereiro. Esta foi uma demonstração da tentativa do gabinete da deputada de negar que a mesma apresentou o referido ataque ao BRB e ao conjunto dos trabalhadores que dependem desta instituição, que é da sociedade do DF. Instituição esta que, além dos empregos que gera, contribui sobremaneira para a geração de emprego e renda na região geopolítica do Distrito Federal.

O Sindicato conclama também a todos os funcionários do banco a estarem atentos e mobilizados contra mais este ataque, e organizará o que for necessário para que ele não prospere. “Cobramos também uma postura rígida da diretoria do banco em defesa do BRB, se esta realmente está empenhada na perenidade do banco”, concluiu a secretária-geral do Sindicato, Cida Sousa, que também é bancária do BRB.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação