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26 de Outubro de 2015 às 21:09

Greve dos bancários em Rondônia acaba, menos na Caixa


Crédito: SEEB/RO

Porto Velho RO - Após 21 dias de paralisação, a greve nacional dos bancários chega ao fim no Estado (menos na Caixa Econômica Federal), com a aprovação, por maioria de votos, na assembleia geral extraordinária encerrada agora há pouco na sede do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), no Centro de Porto Velho.

A proposta da Fenaban de reajustes de 10% para os salários, para a PLR e para o piso e o de 14% para os vales refeição e alimentação, ofertados na última sexta-feira (23), em São Paulo, não foi unanimidade em todo o Estado, e nem na assembleia geral, que ficou dividida. No entanto, os votos da maioria decidiram pelo fim da greve nos bancos privados (Santander, HSBC, Bradesco e Itaú) e no Banco do Brasil. Os funcionários da Caixa presentes à Assembleia rejeitaram as propostas econômicas e específicas do banco estatal, e continuam com os braços cruzados.

As propostas específicas do Banco da Amazônia não foram votadas porque a negociação com o banco continua nesta terça-feira, 27.

Os dirigentes do Sindicato declaram que esta não é a primeira vez que funcionários de um banco específico rejeitam as propostas dos banqueiros e a orientação do Comando Nacional dos Bancários, e esclarecem que a vontade da maioria dos que se fizeram presentes à assembleia geral é soberana e vai ser respeitada e apoiada pelo SEEB-RO.

 

CONQUISTA

Os dirigentes do Sindicato afirmaram que a proposta inicial da Fenaban, de reajuste salarial de 5,5% e abono de R$ 2.500,00, representava uma provocação, uma afronta aos bancários, e que com o início e o fortalecimento da greve a cada dia forçou os banqueiros a oferecer uma proposta que, pelo menos, cobre a inflação do período, que é de 9,88% (INPC).

“Temos há 12 anos uma política de ganho real e os banqueiros queriam impor uma política ultrapassada de arrocho salarial junto com o famigerado abono. Essa proposta de hoje não é uma maravilha, mas representa a manutenção da política de ganho real, isso tudo pela força da greve e, por isso, parabenizamos a todos os bancários que foram para a frente das agências e pontos de concentração lutar por índices mais dignos”, destacou José Pinheiro, presidente do Sindicato.

Itamar Ferreira, presidente da CUT-RO e bancário do HSBC, explicou que os bancos apresentaram uma proposta de provocação (5,5%) e que os bancários corriam o risco de um retrocesso total.

“Mas com a nossa união e nossa força, mudamos a lógica que os bancos e o Governo queriam impor”, avaliou.

 

RESULTADO

A partir desta terça-feira, 27/10, os bancos privados e o Banco do Brasil abrem suas agências para o atendimento normal ao público, enquanto as agências da Caixa permanecem fechadas. O Banco da Amazônia decide seus rumos em assembleia geral no mesmo dia.

A aprovação apertada garante aos bancários reajustes de 10% para os salários, para a PLR e para o piso e o de 14% para os vales refeição e alimentação.

Os bancários também conseguiram um ganho no que diz respeito à compensação dos dias parados, já que os banqueiros aceitaram abonar 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas. Ou seja, serão 31 horas a compensar a partir da assinatura da Convenção Coletiva da categoria. Os bancários farão esta compensação em até uma hora por dia, até o dia 15 de dezembro.

 

A proposta aprovada

Reajuste: 10 %.

Pisos: Reajuste de 10%.

- Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.377,62

- Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.976,10

- Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.669,45 (que inclui R$ 470,75 de gratificação de caixa e R$ 222,60 de outras verbas de caixa).

PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00.

PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 4.043,58.

Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54 % do salário mais fixo de R$ 1.213,07 limitado a R$ 6.507,55. Da parcela adicional, 2,2 % do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$2.021,79. O pagamento do restante será feito até 01 de março de 2016.

Auxílio-refeição: de R$ 26 para R$29,64 por dia.

Cesta-alimentação: de R$ 431,16 para R$ 491,52

13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52

Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$ 394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$ 306,96 para R$ 337,66 (para filhos até 83 meses).

Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70

 

Histórico

A entrega da minuta de reivindicações dos bancários aconteceu em 11 de agosto. A partir daí foram realizadas cinco rodadas de negociações. Em 19 de agosto, foi debatido emprego. Nos dias 2 e 3 os temas foram saúde, condições de trabalho e segurança. Em 9 de setembro, Igualdade de oportunidades. A rodada extra do dia 15 de setembro discutiu adoecimento da categoria. E, no dia 16 de setembro, remuneração.

No dia 25 de setembro, a Fenaban não só frustrou, como agiu de forma desrespeitosa com os bancários, ao apresentar uma proposta para a categoria, com um reajuste de 5,5% no salário, também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$ 2.500,00

Depois de 16 dias de greve, no dia 20 de outubro, a Fenaban apresentou uma nova proposta, de 7,5% de reajuste. No dia seguinte, o índice foi de 8,75%. Ambos foram recusados na mesa.

 

Fonte: SEEB/Rondônia - Rondineli Gonzales


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