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6 de Setembro de 2016 às 17:42

Greve bancária começa forte no Pará


Crédito: SEEB/PA

Os banqueiros acharam que iam convencer a categoria com um abono de R$ 3.000,00 e mais índice de reajuste de 6,5% que não repõe sequer a inflação. Tentaram persuadir os trabalhadores e trabalhadoras de todas as formas, mas que prontamente souberam dizer não, para hoje (6) dar início à greve que não tem data para acabar em todo o País.

No Pará, a paralisação da categoria bancária começou forte, com adesão de quase 300 unidades de bancos públicos e privados ao movimento, o que corresponde a aproximadamente 60% do total de agências bancárias no estado. Em todo país 7359 agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. Os números deste ano são 17,7% maior do que os do ano passado.

Primeiro dia vitorioso – O primeiro dia de greve nacional da categoria bancária teve uma conquista importante: a Fenaban chamou o Comando Nacional para uma rodada de negociação na próxima sexta-feira (9), às 11 horas, em São Paulo. Nesse sentido, o Sindicato dos Bancários do Pará orienta a categoria a fortalecer ainda mais a greve nos próximos dias, para aumentar a pressão sobre os banqueiros em buscas de avanços para a categoria.

>Mapa da Greve (1º dia – 06/09/2016).

“A proposta da Fenaban é rebaixada e representa perda real de 3%, de acordo com a inflação de 9,57%, sendo que o setor bancário foi o que mais lucrou no primeiro trimestre desse ano. Isso demonstra que os banqueiros têm como atender às nossas reivindicações, mas a ganância é maior; por isso decidimos em assembleia, junto com a categoria, paralisar nossas atividades por tempo indeterminado aqui no Pará e em todo o restante do país”, explica a presidenta do Sindicato e empregada do BB, Rosalina Amorim.

Segundo levantamento da consultoria Economatica, entre 300 setores pesquisados no país, o setor bancário foi o mais lucrativo no primeiro trimestre de 2016. Só no primeiro trimestre de 2016, 21 instituições financeiras embolsaram R$ 14,3 bilhões.

A luta é de todos e todas! – Enquanto os banqueiros têm motivos de sobra para comemorar, a categoria tem várias razões para cruzar os braços, sair da agência e fortalecer o movimento paredista do lado de fora.

“Além da perda real, queremos ressaltar a todos os trabalhadores e trabalhadoras que abono não é remuneração, é pago apenas uma vez e não incide nas férias, 13º salário, FGTS, vales, auxílios e previdência; mas se você, bancário e bancária, não parar suas atividades, não vier para a rua, dificilmente conseguiremos afastar essa ideia dos banqueiros que nos oferece abono em vez de aumento real de salário. A greve é um papel de todos e todas, não só da direção do Sindicato, e só a luta de toda a categoria é que vai garantir aumento real, contratações, PLR melhor e principalmente melhores condições de trabalho. Vem pra luta!”, convoca o diretor de saúde do Sindicato e empregado do BB, Gilmar Santos.

Infelizmente, nem todos os bancários e bancárias têm a consciência da importância e necessidade da adesão de todos e todas em busca de melhores salários e condições de trabalho; e ao invés de se unirem à luta, se voltam contra os próprios colegas de trabalho. Prova disso foi a cena lamentável presenciada por vários trabalhadores e trabalhadoras na matriz do Banpará na manhã desta terça-feira: um bancário avançou com o próprio carro contra um grupo de bancárias que faziam mobilização junto aos colegas da unidade. O Sindicato registrou boletim de ocorrência.

E contra a retirada de direitos garantidos! – Além da luta contra a ganância dos banqueiros, a categoria bancária está diante de uma lista de perdas de direitos e de conquistas trabalhistas, garantidas pela CLT.

“Esse governo golpista de Michel Temer, apoiado pelos maiores bancos do país, querem impor a terceirização, reformar a previdência, privatizar os setores públicos do país, como a Caixa Econômica Federal, com isso não teremos mais concurso público; extinguir o 13º, férias, FGTS, jornada de seis horas, política de valorização do salário mínimo, e outras conquistas como vales refeição e alimentação, licenças maternidade e paternidade, ou seja, acabar com tudo aquilo que conquistamos em anos luta. Ficar parado só reclamando não vai mudar nada, e essa é a hora de reagirmos e de lutarmos mais uma vez. Fora Temer!”, afirma a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Tatiana Oliveira.


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