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16 de Outubro de 2020 às 17:03

Em ato, Sindicato protesta contra demissões durante a pandemia


O Sindicato realizou, na manhã desta quinta-feira (15), um ato contra as demissões que estão sendo feitas pelos três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú, Santander) e o Mercantil. A atividade, que ocorreu em frente à agência do Bradesco, o Bradescão, no Setor Comercial Sul, fez parte do Dia Nacional de Luta contra Demissões nos Bancos, para denunciar o descumprimento do compromisso assumido por essas instituições, entre março e abril, de que não haveria desligamentos de trabalhadores durante a pandemia de covid-19.  

O protesto também foi realizado nas redes sociais, com um tuitaço utilizando a hashtag #QuemLucraNãoDemite. Na terça-feira (13), os bancários já haviam promovido protesto virtual contra as demissões no Bradesco com as hashtags #BradescoNãoDemita e #BradescoPenseNoFuturo, em alusão à campanha publicitária na qual o banco convida quem a vê a “experimentar o futuro com o banco”. A mobilização nas redes também já teve como alvo o Itaú, o Santander e o Mercantil.  

“Estamos participando dessa atividade nacional para reforçar a luta na defesa do emprego dos bancários e bancárias, por direitos e empregabilidade para toda a sociedade brasileira. E cobrando responsabilidade para que os bancos honrem seus compromissos e para que tenham respeito com a sociedade e com os trabalhadores, considerando que foi firmado um acordo com o movimento sindical de que não haveria demissão enquanto perdurasse a pandemia”, ressaltou Kleytton Morais, presidente do Sindicato. 

O dirigente sindical pediu compreensão da sociedade, advertindo que a demissão também impacta diretamente a todos na procura dos serviços bancários que, com a falta de funcionários, passam a ter ainda mais morosidade e burocratização no atendimento, além da ampliação de filas. 

Cerca de 500 desligamentos 

“De forma totalmente intransigente e descumprindo o acordo feito com a Contraf-CUT, o Bradesco já demitiu, até agora, cerca de 500 trabalhadores em todo o país. Em Brasília, foram 12 desligamentos. Mesmo com o lucro nas alturas, já que somente neste primeiro semestre foram mais de R$ 7 bilhões, resultado do esforço conjunto de todos os funcionários, além de atingir a recuperação de crédito de quase 150%, o banco ainda insiste nas demissões, sem se preocupar com os pais e mães de família”, pontuou Raimundo Dantas, diretor Sindicato. 

Raimundo, que é bancário do Bradesco, acrescentou: “Diante dessa situação, estamos fazendo essa paralisação e vamos retardar a abertura do Centro Administrativo de Brasília até as 12h, no intuito de provocar o banco a realizar uma nova negociação para cancelar todas essas injustas demissões”. 

Diretor da Fetec-CUT/CN, José Avelino, que também é funcionário do banco, reiterou: “No início da pandemia, o Bradesco negociou com a categoria e garantiu que não haveria demissão. Porém, na prática, o que se vê é uma demonstração de desrespeito a seus valorosos funcionários, que tanto contribuíram e trabalharam para dar um lucro bilionário ao banco. Por isso, estamos unidos neste ato de repúdio, de pressão, para que cessem as demissões”. 

Santander deu início ao processo 

O Santander iniciou as demissões ainda no início de junho. Como justificativa, o banco alega que o compromisso assumido com a Contraf-CUT se encerrou em maio e que os bancários são demitidos pelo baixo desempenho. Mas o Brasil é responsável por 32% do lucro mundial do Santander e, mesmo após ter realizado uma provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) de R$ 10,4 bilhões, o banco registrou um lucro de R$ 5,989 bilhões no primeiro semestre deste ano. 

Essas demissões, inclusive, ferem estabilidades garantidas em legislação e convenção coletiva e acordo coletivo de trabalho, como a demissão de gestantes. Além disso, muitas delas foram feitas através de ligações telefônicas e outras atingem a totalidade de departamentos, com a clara finalidade de terceirização das atividades. 

#NãoDemitaMeusPais 

Apesar de um lucro líquido de R$ 28 bilhões no ano passado e de R$ 8 milhões nos seis primeiros meses de 2020, o Itaú desligou, de uma só vez, 130 funcionários na área de Veículos, além de outras que ocorreram em agências bancárias. Isso durante a maior crise sanitária vivida nos últimos 100 anos e em plena campanha publicitária para mostrar o seu lado humano. O mote da luta do movimento sindical para barrar as demissões no banco é #NãoDemitaMeusPais. 

#MercantilSemCompromisso 

O Banco Mercantil do Brasil, por sua vez, anunciou o fechamento das plataformas de serviços em Salvador, Brasília e Recife e demitiu funcionários, gerando protestos da categoria, que usaram a hashtag #MercantilSemCompromisso. 

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília 


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