Brasília - Em mais um condenável episódio de forte repressão que reportou aos tempos da ditadura, a Polícia Militar do governador Rollemberg, a mando de Temer, agiu com extrema violência contra os manifestantes que participavam pacificamente nesta terça-feira (13) de ato na Esplanada dos Ministérios contra a aprovação da PEC 55/241, a PEC da Morte, que congela os investimentos públicos por 20 anos, afetando áreas fundamentais como saúde e educação, e também contra a reforma da Previdência e a criminalização dos movimentos sociais.

Antes mesmo do início dos protestos, o acesso ao local foi marcado por forte esquema de segurança, que incluiu procedimentos de revista como inspeção de bolsas e apreensão de pertences. Toda a região estava sitiada, e a cavalaria da PM formou um cordão de isolamento próximo à Catedral, impedindo a marcha dos trabalhadores rumo ao Congresso Nacional - onde, no Senado, a PEC foi votada e aprovada por 53 votos favoráveis e 16 contrários. 

A violenta repressão teve início quando os manifestantes foram atacados pelos policiais na altura do Museu da República, local da concentração, com o uso de bombas de gás lacrimogêneo, com o claro objetivo de dispersar os milhares de estudantes, professores, sindicalistas, funcionários públicos e outras centenas de trabalhadores e assim impedir que exercessem seu direito legítimo de protestar. De acordo com diretores do Sindicato presentes ao ato, a ação da polícia foi mais violenta que a das manifestações do dia 29 passado, que transformou a Esplanada num cenário de guerra. 

A PEC foi aprovada no mesmo dia 13 de dezembro em que foi promulgado o famigerado AI-5, considerado o ponto culminante do golpe de 1964 que instalou uma ditadura civil-militar no País e que durou 21 anos, institucionalizando a repressão contra as liberdades políticas e individuais e a violência do regime contra seus opositores.

Renato Alves
Do Seeb Brasília