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13 de Setembro de 2016 às 22:42

Denúncia: Agências do BB têm modelo de gestão criminoso


Crédito: Reprodução

Brasília - O Sindicato dos Bancários de Brasília recebeu denúncias anônimas de gestores e funcionários do Banco do Brasil sobre cobranças abusivas de metas, que demonstram a gravidade desse estilo de gestão adotado para pressionar por venda de produtos. No "desabafo", os bancários reclamam dos torpedos que são enviados a eles à exaustão durante o dia todo, pressionando-os para o cumprimento de metas “criadas” em campanhas não planejadas, com prazo descabido. E pior: “quando você supera e atinge o resultado, não há reconhecimento”.

“Vocês têm ideia de como é difícil trabalhar assim? Nós não somos mágicos. Esse tipo de campanha desgasta, irrita e desmotiva uma equipe, por mais profissional e focada que ela seja”, lamentam os denunciantes.

Junto às denúncias, foi encaminhada cópia de comunicado de um funcionário feito à ouvidoria interna do banco, com data de 26/06/2014, onde ele relata todo o sofrimento que vinha passando, ao ponto de pensar em tirar a própria vida. O Sindicato não tem conhecimento de nenhuma ação da direção do banco no sentido de sustar essa prática, mas sim de promoção de funcionários que promovem esse ataque aos colegas.

“É muita pressão por resultado imediato. O banco está prejudicando minha saúde, meu relacionamento familiar e com a sociedade. Todos os dias quando eu acordo já sou devedor de R$ de crédito PF, crédito PJ, seguro auto, seguro vida..., que são cobrados por telefone e nas audioconferências diárias para provocar medo”, relata o denunciante. E acrescenta: “Realmente não aguento mais”.

 

Descumprimento do Código de Ética

O Sindicato alerta que esta prática, que fere o Código de Ética do próprio BB, demonstra que o modelo de gestão de cumprimento de metas do banco continua degradando as condições de trabalho dos funcionários.

“Com essas medidas, os prepostos do Banco do Brasil estão desrespeitando o bancário, tirando sua dignidade, além de levar o trabalhador ao adoecimento por conta da pressão descabida”, avalia o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. “Vamos apurar as denúncias e suas repercusões, qualquer prática abusiva será tratada até chegarmos às últimas consequências. Vidas estão sendo prejudicadas e vamos lutar para mudar este modelo irresponsável de gestão”.

Ele orienta: “Os funcionários que estiverem sendo pressionados devem procurar o Sindicato para registrar as denúncias. Vamos cobrar do banco mudança desta postura abusiva”.

 

Cobranças de tarifas indevidas e falta de condições de trabalho

Os denunciantes também relatam casos de cobranças indevidas de tarifas bancárias pelo BB, não autorizadas pelo Banco Central. Eles afirmam que essa prática irregular foi aplicada em todo o país, especialmente em Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. A recompensa pelas irregularidades é a promoção para os gestores envolvidos diretamente no esquema de fraudes. Ou seja, o silêncio é o passaporte para futuras promoções.

 

Falta de logística

No ‘desabafo’, os bancários também questionam como uma empresa do porte do BB, que obtém milhões de lucro semestre a semestre, não consegue uma logística adequada para suprir suas agências ao menos com papel toalhas para secar as mãos.

“Um pedido leva quase quatro meses para ser atendido e a quantidade que mandam normalmente dá para usarmos três meses, ou seja, durante um mês ficamos secando as mãos nas caças ou no papel higiênico”.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília


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