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20 de Setembro de 2016 às 08:07

BB recorre à justiça para tentar impedir que os bancários façam greve


Crédito: SEEB/BSB

Brasília - Onze dias após o início da greve nacional dos bancários, o Banco do Brasil obteve interdito proibitório, restringindo a atuação dos piquetes bancários. O objetivo de ações dessa natureza é claro. A pretexto de defender seu patrimônio contra eventuais “abusos” dos grevistas, na verdade o que o banco intenta é criminalizar o movimento, atentando contra o legítimo direito de greve previsto na Constituição Federal. 
 

Decisão do judiciário prejudica os bancários
 
Um grande dilema percorre o judiciário brasileiro quando o assunto é a greve dos bancários: observar o legítimo direito de greve dos trabalhadores ou atender ao interesse dos banqueiros, que usam dezenas de artifícios ilegais para pressionar os trabalhadores a não aderirem ao movimento. 
 
É pensando assim que todos os anos, numa flagrante tentativa de cooptar o judiciário, a Fenaban oferece a centenas de juízes brasileiros um fim de semana totalmente pago em resorts de luxo, com comes e bebes, e palestras ensinando a esses membros como devem proceder atendendo aos interesses dos bancos. 
 
O último evento desse tipo ocorreu em maio, quando magistrados e seus familiares se hospedaram no resort Iboerostar, na Praia do Forte, na Bahia, com tudo pago, ou seja, all inclusive. Vale registrar que Henrique Meirelles, o ministro da Fazenda de Temer, participou do encontro. 
 

Comitês de esclarecimento: legítimo exercício do direito de greve
 
O Sindicato dos Bancários de Brasília cumpriu todos os ritos legais para o início da greve, realizando duas grandes assembleias e divulgando à população com antecedência o início do movimento. Nesta segunda (19) a paralisação entrou na sua terceira semana com muita força, pressionando os bancos com o objetivo de arrancar uma proposta aceitável. 
 
O fato é que as empresas utilizam de diversos artifícios para impedir a greve, tal como ameaças, informações falsas, distribuição de acessos remotos, intimidações, cooptação. Diante disso, o Sindicato organiza seus militantes para fazer cumprir a decisão de assembleia e, em face de todas essas ameaças, oferecer condições para que os bancários possam exercer seu direito de greve. 
 
Isso se dá nos comitês de esclarecimento, ou piquetes, que são comissões formadas por trabalhadores em greve que, nos locais de trabalho, dialogam com os bancários, esclarecendo sobre o movimento grevista e aumentando assim a adesão à paralisação.
 

Interdito proibitório: um ataque ao direito de greve
 
No Banco do Brasil, os comitês de esclarecimento fizeram, em 11 dias de greve, um fortíssimo trabalho de propagação de informações em todas as dependências da empresa no Distrito Federal, disseminando o crescimento do movimento.
 
Com o objetivo de destruir a organização dos trabalhadores e dificultar ainda mais a greve, o Banco do Brasil ingressou, desde o primeiro dia da greve, com a ação de  interdito proibitório, tentando acabar com os comitês. Durante dez dias essas tentativas foram derrotadas pelo jurídico do Sindicato, mas na última sexta feira o judiciário acatou a solicitação da empresa e restringiu a atuação dos comitês de esclarecimento na greve nacional.
 

Mesmo com o ataque aos comitês de esclarecimento, o movimento se fortalece

Impedidos de exercer plenamente o direito de greve, os trabalhadores não irão ceder em suas reivindicações. Mesmo com as negativas vindas dos banqueiros, a greve dos bancários entra em sua terceira semana mais forte, e os atos e manifestações contra o silêncio do setor que mais lucra no Brasil só aumentam. 
 
O Sindicato dos Bancários de Brasília recebe, diariamente, centenas de mensagens de apoio por parte da população, que, indignada com os altos juros e tarifas, cobram por melhor atendimento e também querem ver atendidas as reivindicações dos bancários.
 
A diretoria convoca todos os bancários a resistirem, aderindo à greve e fortalecendo ainda mais a paralisação nacional.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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