Porto Velho RO - Mobilizações em todo o Brasil marcam esta quarta-feira, 1/6, Dia Nacional de Luta dos Funcionários do Itaú. Sindicatos lideram os atos nas agências, chamando a atenção da população sobre os problemas enfrentados pelos trabalhadores e o grande número de demissões em todos os cantos do país.

Em Rondônia o protesto foi feito na agência da avenida José de Alencar com Dom Pedro II, no Centro de Porto Velho, com o retardamento do atendimento em duas horas, das 8 às 10, oportunidade em que os dirigentes do Sindicato dos Bancários (SEEB-RO) destacaram ao público a triste notícia de que somente nas últimas semanas, três gerentes (um com 26 anos, outro com 34 anos e a terceira com 29 anos dedicados ao banco) e mais um caixa, foram sumariamente desligados do emprego, todos em Porto Velho.

De acordo com o Dieese, desde 2011, o Itaú já fechou 21 mil postos de trabalho. O balanço do banco, referente ao primeiro trimestre de 2016, mostra que a holding encerrou março com 82.871 empregados no país, com redução de 2.902 postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2015. Foram abertas 74 agências digitais e fechadas 154 agências físicas no país entre março de 2015 e março de 2016, totalizando, ao final do período, 3750 agências físicas e 108 digitais.

Essa onda de demissões gera um clima de terror entre os funcionários, já que ninguém sabe se está seguro ou pode ser demitido a qualquer momento. Essa insegurança gera o adoecimento nos bancários que sofrem com o stress e a pressão constantes.

“Não é possível que o banco que tem um lucro astronômico como esses trate seus funcionários com tanto desrespeito. Com as demissões, os clientes que hoje já ficam amontoados dentro das agências, terão o atendimento ainda piorado. Queremos que o Itaú dialogue com o movimento sindical para acabar com essa onda terrível de demissões imotivadas”, destaca José Toscano, diretor de Administração do Sindicato e funcionário do Itaú.

LUCRO X EMPREGO

O Itaú há alguns anos vem batendo recordes e mais recordes de lucratividade, o que o alavancou ao posto de maior banco privado do Brasil. Só em 2015, o lucro foi de R$ 23 bilhões e agora, em 2016, lucro de R$ 5,235 bilhões somente nos três primeiros meses.

“Pelo que se percebe o objetivo é eliminar os funcionários que dedicaram boa parte de sua vida ao banco, como uma forma de ingratidão explícita e imoral. Isso só contribui para precarizar ainda mais o trabalho dos funcionários que ficam, e sufocar o atendimento aos clientes e usuários, que além de ter que esperar horas para serem atendidos, ainda ficam espremidos em agências velhas e pequenas”, menciona José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).

O dirigente explica que além de demitir funcionários antigos pra contratar novos pagando menos, o banco fecha agências convencionais para abrir as chamadas agências digitais – onde não existe a mão de obra humana.

“Não dá para entender porque, quanto mais lucra, mais demite. Está novamente comprovado que o banco não tem nenhuma responsabilidade com a sociedade, muito pelo contrário, se tornou um agente do caos ao contribuir com o aumento do desemprego, mesmo fazendo parte do segmento que mais lucra no país, principalmente em momentos de crise”, acrescenta Pinheiro, confirmando que o Sindicato vai acionar a direção do banco para rever estas demissões injustificadas e, caso não tenha resposta positiva, vai ampliar sua atuação no combate a essa caça às bruxas sem sentido.