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3 de Junho de 2020 às 08:41

Bancários elegerão representante para o Conselho de Administração do BRB


Fruto de lei federal promulgada pela ex-presidenta Dilma Rousseff em 2011, os empregados de estatais federais passaram a partir daquele ano a eleger um empregado da ativa para compor o Conselho de Administração das empresas. No DF, por pressão do Sindicato, a Câmara Legislativa aprovou em 2013 a extensão desse direito para os empregados das estatais do DF.

Porém,  somente em 2017, após muita pressão do Sindicato, o BRB alterou seu estatuto prevendo o pleito, e em 2018 ocorreram as primeiras eleições, ocasião em que foi eleito o empregado Pedro Caixeta, cujo mandato se encerra em agosto de 2020. O mandato é de dois anos.

Dessa forma, o BRB realizará nova eleição, de um empregado da ativa para ocupar a vaga de conselheiro representante no Conselho de Administração do banco. A eleição ocorrerá entre os dias 4 e 10 de junho próximo.

Buscando contribuir com o debate, o Sindicato, assim como fez em 2018, realiza agora uma pequena entrevista com os quatro candidatos, apresentando a eles questões importantes sobre o banco, que têm grande repercussão na vida de todos os empregados, pois é fundamental compreender que o eleito deve satisfação aos eleitores, ou seja, aos bancários, e não ao governo ou à direção do banco.

A seguir as entrevistas, dispostas em ordem alfabética, realizada com os candidatos. As questões foram as mesmas para os três.

Adão Alves dos Passos, 34 anos de BRB, Gerente Geral da Agência Águas Claras

A legislação impede que o conselheiro eleito representante dos empregados se posicione no Consad sobre assuntos relacionados a eles, como discussão de data-base, PCS etc. Então, o Sindicato pergunta: como você pretende defender os interesses dos empregados tendo em vista esta vedação?

Adão: A legislação impede de votar, mas não impede de provocar o bom debate sobre os assuntos relacionados aos empregados como data base, PCS e etc. Portanto, embora não podendo votar, a voz dos empregados estará presente de forma firme e forte a convencer os demais conselheiros a considerar o que é importante para os empregados. Este é um dos meus compromissos.

Recentemente o presidente do banco, Paulo Henrique, afirmou que há a intenção de vender participações que o BRB tem nas empresas DTVM, BRB Card e Corretora de Seguros BRB. Qual sua opinião sobre isto, sabendo que parte das empresas BRB Card e Corretora de Seguros BRB pertence aos empregados?

Adão: Sou de opinião de qualquer forma de tentativa de venda das participações do BRB nas subsidiarias como a DTVM, BRB CARD e Corretora de Seguros deve ser combatida porque pode abrir espaço para venda de ações do próprio BRB o que será um passo para a privatização. Além disso temos que lembrar que a AEBRB sustenta o nosso Plano de Saúde e uma possível reorganização societária pode colocar no nosso Plano de Saúde com sérios problemas de caixa uma vez que esta possível venda poderá reduzir a capacidade de gerar receitas da AEBRB comprometendo o nosso Plano de Saúde.

Quanto ao BRB banco, Paulo Henrique falou sobre a possibilidade de venda de parte de suas ações, de forma que o GDF não perca o controle do banco. Esta situação pode fazer com que o GDF fique com o capital total inferior a 50%, pois ele poderia vender todas as ações preferenciais e manter o controle com a maioria das ações ordinárias. Porém, é pouco provável que investidores que detenham a maior parte do capital total do banco não queiram participar, ou até controlar indiretamente, a gestão do banco. O que você comenta sobre esta situação?

Adão: Registro que sou contra qualquer tipo de venda das ações do BRB e serei um algoz na defesa do BRB Público. Esta possibilidade de venda somente das ações preferencias é um jogo para esconder a verdadeira intenção de venda do BRB. Todo investidor, sério, quer de alguma forma estar presente nas decisões da empresa e não vai abrir mão disso. Começa pelas ações preferenciais e logo passa para as ações ordinárias. Questão de tempo.

O Sindicato dos Bancários de Brasília, assim como fez com os candidatos que concorreram na eleição de 2018, quer seu compromisso para que você se disponibilize para debates com os empregados em uma periodicidade a ser ajustada posteriormente, mas algo como a cada quatro ou seis meses. Você aceita este compromisso, obviamente observando os devidos sigilos quanto às matérias a serem tratadas? Importante salientar que o atual conselheiro eleito, Pedro Caixeta, fez e vem cumprindo o compromisso.

Adão: Compromisso aceito e acrescento que toda matéria que seja relevante e que seja impactante para os empregados do Banco levarei ao debate dos colegas para saber qual a posição que devemos levar a voto. A posição que será levada a reunião do CONSAD será a que for tirada deste debate.
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Juscelino Fernandes de Sá, 41 anos de atuação no sistema financeiro e 30 no BRB. Superintendente de Rede lotado na SUPNO – Superintendência Norte e acumulando SUPAT – Superintendência de Atacado

A legislação impede que o conselheiro eleito representante dos empregados se posicione no Consad sobre assuntos relacionados a eles, como discussão de data-base, PCS etc. Então, o Sindicato pergunta: como você pretende defender os interesses dos empregados tendo em vista esta vedação?

Juscelino: O impedimento de votar não implica abdicar de defender os direitos dos funcionários, pelo contrário, podemos nos valer da posição de conselheiro para levar os anseios e necessidades dos funcionários para a diretoria. Tenho grande experiência em negociações e relacionamentos e vou utiliza-la para aproximar o corpo funcional do CONSAD aumentando nossas possibilidades de conquistas.

Recentemente o presidente do banco, Paulo Henrique, afirmou que há a intenção de vender participações que o BRB tem nas empresas DTVM, BRB Card e Corretora de Seguros BRB. Qual sua opinião sobre isto, sabendo que parte das empresas BRB Card e Corretora de Seguros BRB pertence aos empregados?

Juscelino: Essa pergunta é importante porque uma das nossas principais propostas é a defesa soberana do controle majoritário do conglomerado. Todos nós sabemos a importância que o conglomerado tem para a nossa Saúde BRB e para AEBRB. Temos que trabalhar para fortalecer cada dia mais o conglomerado com modernização, transformação digital e parcerias que proporcione o crescimento da participação de mercado, valorização da empresa e aumento nos resultados.

Quanto ao BRB banco, Paulo Henrique falou sobre a possibilidade de venda de parte de suas ações, de forma que o GDF não perca o controle do banco. Esta situação pode fazer com que o GDF fique com o capital total inferior a 50%, pois ele poderia vender todas as ações preferenciais e manter o controle com a maioria das ações ordinárias. Porém, é pouco provável que investidores que detenham a maior parte do capital total do banco não queiram participar, ou até controlar indiretamente, a gestão do banco. O que você comenta sobre esta situação?

Juscelino: Nosso compromisso é com a defesa soberana e indiscutível do BRB público, temos que trabalhar para consolidar o BRB como Banco de Desenvolvimento do Centro – Oeste e manutenção como principal agente financeiro do Distrito Federal e apoiar as ações de expansão em locais estratégicos.

O Sindicato dos Bancários de Brasília, assim como fez com os candidatos que concorreram na eleição de 2018, quer seu compromisso para que você se disponibilize para debates com os empregados em uma periodicidade a ser ajustada posteriormente, mas algo como a cada quatro ou seis meses. Você aceita este compromisso, obviamente observando os devidos sigilos quanto às matérias a serem tratadas? Importante salientar que o atual conselheiro eleito, Pedro Caixeta, fez e vem cumprindo o compromisso.

Juscelino: Essa pergunta vem de encontro com um dos nossos eixos de trabalho que é a transparência. Queremos institucionalizar por meio do CONSAD um canal de comunicação com todos os funcionários para dar transparência das tratativas e decisões. Assumo o compromisso de definir em conjunto com o Sindicato dos Bancários, AEBRB e AFABRB uma agenda para encontros regulares.

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Valdir José dos Santos, 29 anos de BRB, Gerente Geral na agência QNL

A legislação impede que o conselheiro eleito representante dos empregados se posicione no Consad sobre assuntos relacionados a eles, como discussão de data-base, PCS etc. Então, o Sindicato pergunta: como você pretende defender os interesses dos empregados tendo em vista esta vedação?

Valdir: A Legislação exclui o Conselheiro representante dos empregados de participar do debate sobre esses temas, para evitar o conflito de interesse. Contudo, isso não impede o Conselheiro de buscar outras opções para estabelecer a comunicação com o conjunto dos empregados do Banco. Assim, vejo que o Sindicato dos Bancários de Brasília exerce um papel de extrema importância no que tange a essas tratativas, seja pelo domínio da matéria, seja pelo poder de representação que possui.

Recentemente o presidente do banco, Paulo Henrique, afirmou que há a intenção de vender participações que o BRB tem nas empresas DTVM, BRB Card e Corretora de Seguros BRB. Qual sua opinião sobre isto, sabendo que parte das empresas BRB Card e Corretora de Seguros BRB pertence aos empregados?

Valdir: Na condição de empregado do Banco e, considerando não ter havido divulgação dos estudos sobre o tema, o meu posicionamento é contrário; contudo é necessário verificar quais impactos positivos a venda traria para o crescimento e manutenção do BRB como Banco Público e sustentável. O meu foco será de sempre buscar defender os interesses dos empregados, ainda mais quando falamos de empresas que se tornaram imprescindíveis na construção do lucro do Banco, como por exemplo, a BRB CARD e a Corretora Seguros BRB. Essas empresas também se tornaram fundamentais, atuando juntamente com o Banco na conquista e fidelização de clientes, por oferecerem produtos de longo prazo. Além disso, não podemos esquecer que parte considerável das suas receitas são destinadas a cobrir as despesas relacionadas ao Plano de Saúde dos empregados participantes e dos seus dependentes.

Quanto ao BRB banco, Paulo Henrique falou sobre a possibilidade de venda de parte de suas ações, de forma que o GDF não perca o controle do banco. Esta situação pode fazer com que o GDF fique com o capital total inferior a 50%, pois ele poderia vender todas as ações preferenciais e manter o controle com a maioria das ações ordinárias. Porém, é pouco provável que investidores que detenham a maior parte do capital total do banco não queiram participar, ou até controlar indiretamente, a gestão do banco. O que você comenta sobre esta situação?

Valdir: Esse assunto é recorrente e eu tenho as seguintes posições: manutenção intransigente do BRB como Banco Público, de forma a preservar todas as conquistas dos empregados; realização de estudos e debates qualificados para demonstrar a viabilidade do movimento para o fortalecimento do Banco, e comunicação transparente com os empregados, com a finalidade de demonstrar todos os benefícios e possíveis riscos para a Instituição.

O Sindicato dos Bancários de Brasília, assim como fez com os candidatos que concorreram na eleição de 2018, quer seu compromisso para que você se disponibilize para debates com os empregados em uma periodicidade a ser ajustada posteriormente, mas algo como a cada quatro ou seis meses. Você aceita este compromisso, obviamente observando os devidos sigilos quanto às matérias a serem tratadas? Importante salientar que o atual conselheiro eleito, Pedro Caixeta, fez e vem cumprindo o compromisso.

Valdir: Sim, estou de acordo com esse compromisso.

Da Redação


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