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6 de Outubro de 2015 às 16:53

Bancários de Mato Grosso cruzam os braços e aguardam uma proposta decente


Cuiabá MT - Greve é a resposta dos trabalhadores a proposta desrespeitosa dos banqueiros. Os bancários de bancos públicos e privados iniciam greve por tempo indeterminado nesta terça-feira, 6 de outubro, em todo o País.  

As agências bancárias da região central de Cuiabá e Várzea Grande estão paradas. O movimento deve crescer para outras regiões do Estado ao longo dos próximos dias. A expectativa é que a greve seja uma das mais fortes dos últimos anos, principalmente para  arrancar uma proposta digna da federação dos bancos, já que os banqueiros ofereceram  apenas 5,5%, um dos piores índices dos últimos anos, o que deixou a categoria muito insatisfeita. O índice representa perda real de 4% para os salários e demais verbas da categoria, já que a inflação acumulada no período ficou em 9,88% (INPC).

Outra proposta rechaçada pelos bancários foi o abono de R$ 2,5 mil o qual não se integra ao salário, incide imposto de renda, INSS e representa total retrocesso em relação aos últimos anos. Entre 2004 e 2014, os bancários conquistaram, com muita mobilização, 20,7% de ganho real nos salários e 42,1% nos pisos.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, José Maria Guerra, que faz parte da coordenação do Comando Nacional dos Bancários, a atitude dos bancos é desrespeitosa e afronta a categoria. “ Esta é a pior proposta dos últimos anos, uma  proposta rebaixada apresentada por setor que teve um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. São gananciosos, e  diante dessa afronta a única resposta da categoria só poderia ser realmente greve", afirma ressaltando que a greve é para deixar claro que Exploração não tem Perdão, conforme o tema da Campanha Nacional Unificada 2015.

Na última sexta-feira (2) o Comando Nacional enviou um oficio à Fenaban, para oficializar a aprovação de greve nacional unificada pela categoria. Na quarta-feira (30), o Comando já havia informado à Fenaban que está disposto a retomar negociações, desde que os bancos apresentem proposta que contemple as reivindicações dos trabalhadores, mas não houve nenhuma movimentação da parte dos bancos.

"Eles querem aproveitar o momento político instável do Brasil para rebaixar a força do movimento sindical. Mas vão se decepcionar. Os trabalhadores unidos mostrarão toda sua força de mobilização na greve", ressaltou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

As reivindicações da categoria, apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, são muito diferentes da proposta dos bancos, os quais não apresentaram nem mesmo respostas para as demandas sociais.


Confira as reivindicações dos bancários:

$1Ø  Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

$1Ø  PLR: 3 salários mais R$7.246,82

$1Ø  Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

$1Ø  Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

$1Ø  Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

$1Ø  Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

$1Ø  Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

$1Ø  Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

$1Ø  Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

*  Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

*  Proposta dos bancos rejeitada pelos bancários:

*  Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

*  Piso portaria após 90 dias - R$ 1.321,26.

*  Piso escritório após 90 dias - R$ 1.895,25.

*  Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

*  PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

*  PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

*  Antecipação da PLR

*  Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.

*  Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro.

*  Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

*  Auxílio-refeição - R$ 27,43.

*  Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 454,87.

*  Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 378,56.

*  Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 323,84.

*  Gratificação de compensador de cheques - R$ 147,11.

*  Requalificação profissional - R$ 1.294,49.

*  Auxílio-funeral - R$ 868,58.

*  Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 129.522,56

*  Ajuda deslocamento noturno - R$ 90,67.

 

Fonte: SEEB/Mato Grosso com Contraf-CUT


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