Notícias

home » notícias

18 de Dezembro de 2015 às 08:34

Ato pela democracia leva milhares de pessoas às ruas de Belém


Crédito: SEEB/PARÁ

Belém PA - Antes mesmo das 17h, horário marcado para a concentração do ato, trabalhadores e trabalhadoras de todo o Pará chegavam à Praça da República em Belém com cartazes e camisas, em sua grande maioria vermelhas, que expressavam o desejo que levou mais de 2.000 pessoas às ruas da capital paraense: a defesa da democracia, contra o golpe e pela deposição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Minutos depois quem também apareceu com toda força por lá foi a tradicional chuva da tarde. Mas nem o “toró” que desabou em Belém dispersou a manifestação, todos e todas, homens e mulheres, crianças, jovens, idosos, trabalhadores do campo e da cidade estavam decididos a sair pelas principais avenidas da cidade e gritar “não vai ter golpe”, “fora Cunha”. Assim que a chuva deu trégua, a passeata seguiu até o Mercado de São Brás e marcou na capital paraense uma grande festa da classe trabalhadora em defesa da democracia.

O Sindicato dos Bancários acompanhou o percurso de pouco mais de 3 km e foi representado por dirigentes sindicais, bancários e funcionários da entidade, que através de placas, faixas ou de falas demonstravam os motivos que os levaram à manifestação.

“Queremos que a democracia seja respeitada, da mesma forma que os votos válidos que reelegeram a presidenta Dilma Roussef. Qual foi o crime de responsabilidade cometido pela por ela? Nenhum! Diferente do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que a cada avanço da Operação Lava Jato, é denunciado por pedido de propina entre outras acusações. Esse mesmo senhor representa também uma ameaça aos direitos da categoria bancária que aprovou o projeto da terceirização, portanto motivos não faltam para que defendamos a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e a permanência de Dilma na presidência do país até o fim de seu mandato”, defende o diretor de saúde do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Gilmar Santos.

Mulheres bancárias, mães, estudantes, trabalhadoras, feministas batucavam o “pílula fica, Cunha sai” contra o projeto de Lei 5069/ 2013 de autoria do respectivo deputado que propôs a criminalização com 1 a 3 anos de detenção para qualquer pessoa que instigue, induza ou auxilie um aborto – com agravamento caso o agente seja profissional de saúde.

Além disso, o texto do projeto inclui a exigência de constatação em exame de corpo de delito do estupro cometido contra a mulher que queira abortar. Atualmente a legislação brasileira protege a legalidade do aborto em caso de gravidez derivada da violência sexual.

“Para Cunha não basta o depoimento da própria vítima que teve sua sexualidade violentada como prova do crime, ela ainda deverá ser constrangida a comprovar a violência com um exame invasivo e obrigatório. Até a pílula do dia seguinte poderá ter sua venda proibida com a aprovação desse projeto por ser considerada abortiva, sendo que o medicamento previne a mulher de uma gravidez indesejada por ela, pois nós somos donas do nosso corpo e decidimos o que queremos ou não. Não queremos só a saída de Cunha não, queremos uma reforma política no país e por isso seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!”, afirma a diretora de Comunicação do Sindicato, bancária e militante da Marcha Mundial das Mulheres, Tatiana Oliveira.

Além do Pará, os protestos pró-Dilma ocorreram em 24 estados e no Distrito Federal. Pelos dados da PM, 1700 pessoas estiveram ontem na manifestação. No domingo, onde os discursos eram pró-impeachment, a polícia calculou 1200 pessoas. Seja com os dados da Polícia Militar ou com os dos organizadores dos movimentos, uma coisa é certa, nas ruas a democracia venceu e prevaleceu mais uma vez.

Enquanto as passeatas em defesa da democracia, contra o golpe e pela deposição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ocorriam em todo o país, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentava ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de afastamento cautelar de Cunha do cargo de deputado federal e de presidente da Câmara. Para a PGR, a saída é necessária para preservar as investigações contra o parlamentar.

Já o STF deverá decidir sobre o pedido somente depois de 1º de fevereiro de 2016, quando termina o recesso do Judiciário, que começa no próximo sábado (19).

A manifestação encerrou em frente ao Mercado de São Brás, que ficou vermelho na festa da democracia ao som do hino nacional brasileiro.

Fonte: SEEB/Pará - Da redação


Notícias Relacionadas