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6 de Setembro de 2017 às 06:00

Sindicato de Brasília participa de audiência na CLDF em defesa do BRB e empresas públicas


Bancários e bancárias do BRB se uniram aos trabalhadores da CEB, da Caesb, do Metrô DF e de outras categorias para cobrar a manutenção das empresas públicas em audiência realizada nesta terça-feira (5), na Câmara Legislativa do DF (CLDF). Com o auditório lotado, deputados distritais firmaram compromisso de defender o patrimônio do povo de Brasília.

Durante o debate, conduzido pelo deputado Chico Vigilante (PT), os trabalhadores apresentaram argumentos contra qualquer tentativa de desmonte das estatais.

Representando os bancários do BRB na mesa de debate, o secretário-Geral do Sindicato, Cristiano Severo, lembrou que o governador Rodrigo Rollemberg, quando em campanha, disse ser favorável a um banco local público e forte. “Queremos saber se era um compromisso só para ganhar a eleição ou se é prática. A defesa das empresas públicas existe ou não?”, questiona Cristiano.

De acordo com o dirigente, não há dúvida de que a opinião manifestada por dois secretários de governo representa a intenção do governador. “Se fosse diferente, o Rollemberg teria ido à público, teria chamado a imprensa para dizer ‘sou contrário e o GDF não privatiza’”, destaca. “Por nenhuma empresa a menos, estamos todos juntos na defesa das empresas públicas. Ninguém vai nos atropelar porque juntos somos mais fortes”, finalizou Cristiano.



Presidente da CUT Brasília e bancário do BB, Rodrigo Britto também participou da audiência e aproveitou a ocasião para mandar um recado ao governador. “Ou o governador Rodrigo Rollemberg respeita os trabalhadores das estatais e o povo de Brasília, ou terá que enfrentar todos os trabalhadores das estatais e toda a classe trabalhadora”, frisou Britto.

Para a deputada federal Erika Kokay (PT), “se o secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável do DF defende uma posição contrária a do governo de Brasília, deveria ter sido demitido imediatamente do GDF. Ele não pode botar em um balcão de negócios as empresas que são instrumentos estratégicos para o desenvolvimento social e econômico do DF”.

“Estamos indignados com a perseguição às empresas públicas do DF e não estamos tendo descanso para trabalhar. É muito desgastante você ver seu emprego na corda bamba. A pergunta que temos que fazer é: a que grupos econômicos interessa a privatização?”, indaga o diretor do Sindicato, Ronaldo Lustosa.

Secretário de Bancos Públicos da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e bancário do BRB, André Nepomuceno ressaltou que as mudanças na previdência complementar dos servidores do GDF aumentam os riscos de venda das empresas estatais.

"Como Temer, o governador Rollemberg tenta prejudicar a previdência dos servidores, com um projeto relâmpago na CLDF, e que pode levar à privatização das empresas públicas, incluindo o BRB. O momento é de mais união a favor dos direitos e do patrimônio público", conclama Nepomuceno.

Segundo o diretor do Sindicato, Eustáquio Ribeiro, “dados de outros países mostram que, quando o Estado quer, as empresas públicas podem ser muito bem geridas, oferecer serviços para a sociedade e ainda dar resultados financeiros. Empresa pública só não faz política pública quando se tem um governo sem capacidade de operar, que é o que temos aqui no DF”, lamenta.

Análise técnica também é contra

O técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Max Leno, criticou as ameaças e destacou que a entidade tem realizado estudos para demonstrar o reflexo negativo das privatizações em outros lugares. Segundo Max, Rollemberg segue a mesma estratégia adotada pelo governo ilegítimo federal.

“Trata-se da agenda neoliberal, que envolve um conjunto de políticas desenvolvidas e tendem a diminuir o papel do Estado como provedor do desenvolvimento local, e isso é preocupante. A realidade internacional revela que as privatizações estão sendo revistas e que cada vez mais os países estão adotando a reestatização em vez da privatização, seja no saneamento ou no setor elétrico”, avaliou.

Parlamentares contra privatização

Os deputados Agaciel Maia (PR), líder do governo na CLDF, Raimundo Ribeiro (PPS), Cláudio Abrantes (PT) e o presidente da CLDF, Joe Vale (PDT), participaram da audiência pública e se declararam contrários à privatização.

O deputado Ricardo Vale (PT), que também conduziu os trabalhos da audiência pública, reforçou que “nesta legislatura, o GDF não privatiza nenhuma empresa”. Para o parlamentar, a crise financeira no DF não é motivo para aceitar a venda das empresas públicas. “O que vai garantir a vitória contra a privatização é a união entre sindicatos, trabalhadores e a sociedade brasiliense”, concluiu.

Votação do PLC é suspensa

Trabalhadores e trabalhadoras permaneceram na porta da CLDF no período da tarde para acompanhar a votação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 122, de autoria do executivo, que mexe na previdência complementar dos servidores do GDF.

A votação foi suspensa por força de mandado de segurança “até que a Casa consiga apreciar adequadamente e com tempo suficiente o projeto”, declarou o deputado Wasny de Roure (PT).

Joanna Alves
Do Seeb Brasília


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