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11 de Julho de 2017 às 22:21

Senado consolida golpe contra os trabalhadores e aprova o fim da CLT. Temer sanciona lei

‘Estamos de luto. Perdemos uma batalha, mas a luta continua. Ainda podemos virar esse jogo elegendo em 2018 um governo e um Congresso Nacional comprometidos com os interesses dos trabalhadores’, diz presidente da Fetec-CUT/CN


(Atualizada dia 13 às 18h00)

A oligarquia brasileira, capitaneada pelo sistema financeiro e pelos rentistas, impôs nesta terça-feira 11 de julho de 2017 a mais contundente derrota aos trabalhadores nas últimas décadas, ao aprovar no Senado a contrarreforma trabalhista (PLC 38) apresentada pelo governo ilegítimo e corrupto de Michel Temer, que revoga a CLT e devolve as relações de trabalho no Brasil ao século 19. Nesta quinta-feira 13, o presidente ilegítimo Michel Temer sancionou a lei, que deve entrar em vigor em 120 dias.

A votação só começou à noite, em razão dos protestos e da resistência heroica de várias senadoras da oposição, que durante seis horas ocuparam a mesa do Senado para impedir o início da sessão, levando o presidente da Casa, Eunício Oliveira, a desligar a luz e o som, deixando o plenário às escuras. Também houve protestos contra o projeto do lado de fora do Congresso Nacional.



“Foi mais uma passo na consolidação do golpe contra os trabalhadores, que começou no ano passado com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e teve outro marco importante no congelamento por 20 anos dos investimentos em saúde e educação e programas sociais”, lamenta Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

“Estamos de luto. Perdemos uma batalha, mas a luta continua. Ainda podemos virar esse jogo elegendo em 2018 um governo e um Congresso Nacional comprometidos com os interesses dos trabalhadores, para revogar esses retrocessos que estão sendo impostos pelos golpistas”, aponta Cleiton.

O projeto de desmonte da CLT foi aprovado pelo Senado com o mesmo texto redigido pela Câmara dos Deputados, por 50 votos contra 26 e uma abstenção. Três senadores se ausentaram.

A maioria dos senadores também rejeitou três destaques apresentados pela oposição, que defendiam a retirada do projeto a proposta que permitia mulheres grávidas e lactantes de trabalharem em locais insalubres; a permissão do trabalho intermitente e a supremacia do negociado sobre o legislado.

Confira quadro comparativo elaborado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que analisou as mudanças aprovadas pelo Congresso Nacional.

E veja abaixo como votaram os senadores.

 

Contra os direitos dos trabalhadores

Aécio Neves (PSDB-MG)9

Airton Sandoval (PMDB-SP)

Ana Amélia (PP-RS)

Antonio Anastasia (PSDB-MG)

Armando Monteiro (PTB-PE)

Ataídes Oliveira (PSDB-TO)

Benedito de Lira (PP-AL)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Cristovam Buarque (PPS-DF)

Dalirio Beber (PSDB-SC)

Dário Berger (PMDB-SC)

Davi Alcolumbre (DEM-AP)

Edison Lobão (PMDB-MA)

Eduardo Lopes (PRB-RJ)

Elmano Férrer (PMDB-PI)

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Gladison Carmeli (PP-AC)

Ivo Cassol (PP-RO)

Jader Barbalho (PMDB-PA)

João Alberto Souza (PMDB-MA)

José Agripino (DEM-RN)

José Maranhão (PMDB-PB)

José Medeiros (PSD-MT)

José Serra (PSDB-SP)

Lasier Martins (PSD-RS)

Marta Suplicy (PMDB-SP)

Omar Aziz (PSD-AM)

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Raimundo Lira (PMDB-PB)

Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

Roberto Muniz (PP-BA)

Roberto Rocha (PSB-MA)

Romero Jucá (PMDB-RR)

Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Rose de Freitas (PMDB-ES)

Sérgio Petecão (PSD-AC)

Simone Tebet (PMDB-MS)

Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Waldemir Moka (PMDB-MS)

Wilder Morais (PP-GO)

Zezé Perrella (PMDB-MG)

 

Pela manutenção dos direitos dos trabalhadores

Álvaro Dias (Podemos-PR)

Ângela Portela (PDT-RR)

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)

Eduardo Amorim (PSDB-SE)

Eduardo Braga (PMDB-AM)

Fátima Bezerra (PT-RN)

Fernando Collor (PTC-AL)

Gleisi Hoffmann (PT-PR)

Humberto Costa (PT-PE)

João Capiberibe (PSB-AP)

Jorge Viana (PT-AC)

José Pimentel (PT-CE)

Kátia Abreu (PMDB-TO)

Lídice da Mata (PSB-BA)

Lindbergh Farias (PT-RJ)

Otto Alencar (PSD-BA)

Paulo Rocha (PT-PA)

Paulo Paim (PT-RS)

Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Regina Sousa (PT-PI)

Reguffe (Sem partido-DF)

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Roberto Requião (PMDB-PR)

Romário (Podemos-RJ)

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)


Abstenção

Lúcia Vânia (PSB-GO)


Ausentes

Acir Gurgacz (PDT-RO)

Hélio José (PMDB-DF)

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

 

 


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