Além de ser a maior em participação da categoria, ao completar 30 dias nesta quarta-feira 5 de outubro a greve nacional dos bancários torna-se também a mais longa das últimas duas décadas e meia.
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“É mais uma demonstração da capacidade de mobilização, de resistência e de unidade nacional dos bancários, que lutam com bravura para defender sua dignidade e suas justas reivindicações por aumento real de salário, valorização do piso, proteção ao emprego e à saúde, mais segurança e igualdade de oportunidades”, avalia José Avelino, presidente da Federação do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), também membro do Comando Nacional dos Bancários.
“Com essa resistência heroica, os bancários rechaçam a estratégia dos banqueiros de rebaixar o poder de compra dos salários em troca de abono, impondo perdas presentes e futuras à categoria bancária. E se uma categoria importante como a nossa tiver perdas salariais, será dado o primeiro passo para tirar direitos também das outras categorias, o que faz parte do plano do golpe do governo Temer, que teve os banqueiros como um dos articulares. Por isso é imprescindível resistir”, acrescenta Avelino.
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Na décima rodada de negociação, dia 28 de setembro, a Fenaban propôs um acordo para dois anos, com reajuste de 7% e abono de R$ 3.500, em 2006, e inflação mais 0,5% de aumento de real em 2017, com correção pelos mesmos índices dos vales e auxílios.
Isso significa uma perda de 2,39 pontos percentuais no salário em 2016 e, mesmo com o 0,5% de aumento real em 2017, se a inflação ficar em 5% a perda ficará congelada no próximo ano.
Por que é a maior e mais longa greve
Até agora, a mais longa greve da categoria bancária desde 1992, quando conquistou a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT, que garante os mesmos direitos a todos os bancários, de bancos públicos e privados), havia sido realizada em 2004, também com 30 dias de paralisação.
A greve deste ano também é a maior em participação da categoria nesse mesmo período, superando a de 2015. Nesta terça-feira 4, segundo levantamento da Contraf-CUT, os bancários fecharam 13.104 agências e 44 centros administrativos em todo o país.
Também na região Centro Norte os bancários bateram recorde histórico de paralisação este ano, chegando a 1.905 agências fechadas nesta terça. Em 2015, que havia tido o maior índice de adesão até então, o ponto culminante da greve foi o fechamento de 12.567 agências no Brasil inteiro e 1.398 nas 13 bases sindicais da Fetec-CUT/CN.
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Fonte: Fetec-CUT/CN - Atualizada em 05/10/2016