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5 de Outubro de 2015 às 09:04

Bancários fazem assembleias hoje em todo o país para organizar a greve nacional a partir de amanhã

Agora é preciso intensificar a mobilização e garantir uma forte paralisação para forçar os bancos a apresentarem proposta que contemple aumento real de salário


Os bancários realizam assembleias em todo o país nesta segunda-feira 5, inclusive na região Centro Norte, para organizar a greve nacional por tempo indeterminado a partir desta terça-feira 6, para forçar os bancos a apresentarem uma nova proposta que contemple as reivindicações econômicas, que incluem aumento real de salário, e sociais, entre elas preservação do emprego e da saúde, combate às metas abusivas e ao assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.

Nas assembleias realizadas na quinta-feira 1º de outubro, os bancários rejeitaram a proposta dos bancos, de 5,5% de reajuste (4% abaixo da inflação), abono de R$ 2.500 e desprezo pelas reivindicações sociais, e aprovaram a greve a partir desta terça-feira.

Reunido na sexta-feira 2 em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários, do qual a Federação do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) faz parte, reafirmou a posição de que não haverá acordo sem aumento real e salário e sem atendimento das reivindicações sociais. O Comando enviou oficio à Fenaban para oficializar a rejeição à proposta apresentada e a aprovação da greve nacional unificada.

“Os bancos estão se aproveitando da situação econômica difícil, mas não para eles, que continuam batendo sucessivos recordes de lucro, para tentar rebaixar os salários e os direitos dos bancários. Por isso temos que rechaçar essa proposta, intensificar a mobilização e fazer uma grande greve em todo o país para mostrar aos banqueiros que os bancários não aceitarão perder direitos e exigem aumento real de salário”, adverte José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e membro do Comando Nacional.

Para Roberto Von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional, a Fenaban está sendo oportunista. "Eles querem aproveitar o momento político instável do Brasil para rebaixar a força do movimento sindical. Mas, eles vão se decepcionar. Os trabalhadores unidos mostrarão toda sua força de mobilização na greve", convocou.

 

As perdas com a proposta da Fenaban

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez um estudo mostrando que a proposta rebaixada da Fenaban provocará perdas significativas nos salários dos bancários.

Incluindo salários, 13º, férias, FGTS e a PLR, a remuneração média do bancário hoje é de R$ 6.208 mensais. Se a proposta dos bancos não melhorar, o bancário que tem esse ganho teria uma perda de R$ 2.144,81 em um ano, em comparação a uma proposta que apenas repusesse a inflação. Quem recebe R$ 5 mil mensais perderia anualmente R$ 1.272,32. Veja no quadro abaixo.

“Não podemos aceitar a política de abono salarial que os bancos querem reintroduzir como instrumento de redução salarial. Além de não se incorporar ao salário, porque é pago uma única vez, o abono também não incide sobre férias, 13º salário, FGTS e aposentadoria. E ainda desconta no imposto de renda”, lembra José Avelino.

De acordo com o Dieese, a aplicação do ganho real nos salários possibilita a ampliação do nível de rendimentos das famílias, que tem sido o pilar da melhoria da distribuição de renda no Brasil nos últimos anos.

Em um cenário em que a economia não cresce, o governo reduz os seus gastos. Se o salário não tiver ganho real, a conjugação desses fatores levará a uma redução ainda mais forte no consumo, conduzindo a economia a uma espiral negativa, puxada pela redução da demanda agregada. 

Veja aqui essa avaliação do Dieese.

“Por tudo isso, temos que intensificar a mobilização e fazer uma greve nacional forte para assegurar os direitos dos trabalhadores  e a retomada do crescimento econômico do país”, conclui o presidente da Fetec-CUT/CN.

Fonte: Fetec-CUT/CN

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