Belém PA - Esta semana será decisiva para os rumos da Campanha Nacional 2015 da categoria bancária. Isso porque as últimas rodadas de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban ocorrem nos dias 15, mesa extra sobre Saúde; e 16, sobre Remuneração. Até o momento ocorreram 3 rodadas de negociações com a Fenaban, mas em todas elas os banqueiros disseram NÃO às reivindicações da categoria.

Semana de lutas – Nessa terça-feira (15), a CUT mobilizará todos seus sindicatos filiados em Campanha Salarial para o Dia Nacional de Luta em defesa da Democracia, do Salário e Emprego. O Sindicato dos Bancários do Pará, juntamente com a Contraf-CUT e a Fetec-CUT Centro Norte, estará engajado nessa mobilização, assim como na próxima sexta-feira (18) com o Dia Nacional de Luta na Caixa e no Banco do Brasil, para pressionar os banqueiros a atender às reivindicações da categoria.

“Estamos em um momento crucial da nossa Campanha Nacional, tendo em vista que os calendários de negociações, tanto na mesa geral com a Fenaban, quanto nas mesas específicas, estão chegando à reta final. Porém, até o momento os banqueiros só disseram não às nossas reivindicações, e por isso é de extrema importância que estejamos organizados e mobilizados para defendermos nossas bandeiras de luta em busca de melhores salários e melhores condições de trabalho”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

Confira a seguir um breve resumo da Campanha Nacional 2015 da categoria bancária até o momento:

EMPREGO

Esse foi o tema da primeira mesa com a Fenaban, no dia 19/08, onde os bancários reivindicaram o fim da rotatividade, o combate à terceirização, inclusive via correspondentes bancários, e a criação de um grupo de trabalho para discutir a automação, entre outros pontos da pauta. Os representantes dos bancos, no entanto, alegaram que não podem dar garantia de emprego aos bancários de todo o País.

SAÚDE, SEGURANÇA e CONDIÇÕES DE TRABALHO

Esses foram os eixos debatidos nos dias 2 e 3/09, durante a segunda rodada de negociações. Foram dois dias de debates intensos, onde o Comando Nacional dos Bancários apresentou à Fenaban vários dados e situações enfrentadas pelos bancários que comprovam a necessidade de melhorias nas condições de trabalho, mais segurança e respeito à saúde dos trabalhadores. Mas os bancos trataram as reivindicações sem o empenho que merecem e a segunda rodada terminou sem propostas concretas para resolver os graves problemas.

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

Nada de diferente. Na terceira rodada de negociações realizadas no último dia 9, o não continuou sendo a palavra usada pelos banqueiros na hora de negociar as reivindicações da categoria sobre igualdade de oportunidades, as quais visam corrigir discriminações históricas de gênero, raça e orientação sexual nos locais de trabalho. O Comando Nacional propôs debater um Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos, para corrigir as distorções de mobilidade nas carreiras e um processo seletivo interno para promoções.

MESAS ESPECÍFICAS

Banco da Amazônia – Já ocorreram duas rodadas de negociações, uma no dia 31/08 sobre Emprego e outra no dia 11/09 sobre Saúde e Condições de Trabalho. A terceira e última mesa com o Banco da Amazônia será no dia 17/09 sobre Remuneração e Igualdade de Oportunidades. O banco adotou a mesma tática dos anos anteriores: debate todas as cláusulas da minuta específica para apresentar uma proposta global ao final.

Banpará– Depois de cancelar a rodada prevista para o último dia 09/09 por não conseguir ingerir sobre a representação das entidades sindicais na reunião, as quais repudiaram veementemente a atitude do banco, a instituição financeira voltou atrás e deu início às mesas de negociações específicas no dia 14/09. Pelo calendário pré-definido ainda serão realizadas mesas de negociação nos dias 18 e 24/09.

Banco do Brasil – Intransigência e muito tensionamento nos debates com o BB durante esta Campanha Nacional. Até o momento já ocorreram quatro rodadas de, onde foram debatidos temas como Emprego, Saúde e Condições de Trabalho, Segurança, Igualdade de oportunidades e Isonomia, cláusulas sociais e previdência complementar. No dia 18/09 teremos com o Banco do Brasil a mesa sobre Remuneração e Planos de Carreiras. Até o momento não tivemos nenhum avanço nas negociações com o banco.

Caixa – As negociações com a Caixa seguem o mesmo ritmo das mesas com o BB: muita intransigência e nenhuma reivindicação atendida. Até o momento já ocorreram três rodadas com a Caixa, onde foram debatidos os temas de Saúde do trabalhador e segurança bancária; Saúde Caixa, Funcef e aposentados; Carreira, isonomia e organização do movimento. No próximo dia 18/09 teremos a mesa sobre Contratação, Condição de funcionamento das agências e Jornada/Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon).

“A força da nossa luta será determinante para nossa vitória. Por isso, conclamamos a categoria a estar atenta e informada sobre o andamento das negociações nessa Campanha Nacional. Nosso exército deve estar mobilizado para defender nossos direitos e para avançarmos em nossas conquistas”, conclui Rosalina Amorim.

Calendários de negociações:

 

Fenaban – 15/09 (mesa extra de Saúde) e 16/09 (Remuneração)
Banco do Brasil – 18/09 (Remuneração e Planos de Carreiras)
Caixa – 18/09 (Contratação, Condição de funcionamento das agências e Jornada)
Banco da Amazônia – 17/09 (Remuneração e Igualdade de Oportunidades)
Banpará – 18/09 (Segurança Bancária e Igualdade de Oportunidade) e 22/09 (Remuneração e Emprego)

 

Principais reivindicações da Campanha Nacional 2015

 

>>Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
>>PLR: 3 salários mais R$7.246,82
>>Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
>>Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
>>Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
>>Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
>>Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
>>Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
>>Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
>>Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

Fonte: Bancários PA