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5 de Janeiro de 2015 às 08:58

05/01/2015 - Polícia Federal aplica multas de R$ 19 milhões contra bancos no decorrer de 2014


Montante significa um crescimento de 535,90% em relação ao ano anterior. Falhas de segurança foram detectadas em agências e postos de atendimento de 20 bancos, entre eles a Caixa Econômica Federal

No decorrer de 2014, conforme informações divulgadas durante as reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), que conta com a participação de representantes da categoria bancária, a Polícia Federal (PF) aplicou multas de R$ 19,062 milhões contra 20 bancos por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário. O montante significa um crescimento de 535,90% em relação a 2013, quando os bancos foram multados em R$ 3,557 milhões.


O levantamento foi elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), que representa os bancários na CCASP. Também integram a CCASP representantes do governo e entidades dos vigilantes e dos empresários. A Febraban é a porta-voz dos bancos.

O Banco do Brasil foi bicampeão, com multas de R$ 5,089 milhões, seguido do Itaú com R$ 4,585 milhões, do Bradesco com R$ 3,449 milhões, do Santander com R$ 2,986 milhões, da Caixa Econômica Federal com R$ 1,593 milhão e do HSBC com R$ 557,61 mil.

As principais irregularidades punidas foram o número insuficiente e a falta de rendição de vigilantes no horário de almoço, alarmes e portas giratórias inoperantes, transporte de valores feito ilegalmente por bancários, inauguração de agências sem plano de segurança aprovado pela PF e cerceamento da fiscalização de policiais federais, dentre outras.

Nas reuniões da CCASP houve também aplicação de multas e outras penalidades contra empresas de segurança, vigilância e transporte de valores e cursos de formação de vigilantes, igualmente por descumprimento da legislação federal e das normas da Polícia Federal.

Bancos não priorizam segurança
Na avaliação da Contraf/CUT, essas comprovam que os bancos continuam atuando com descaso na segurança dos estabelecimentos. O entendimento é o de que os recursos advindos com os lucros exorbitantes poderiam estar sendo investidos na preservação da segurança dos bancários, vigilantes, clientes e comunidade em geral.

Conforme estudo do Dieese, com base nos balanços publicados, os cinco maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander) lucraram R$ 28,3 bilhões no primeiro semestre de 2014, enquanto as despesas de segurança e vigilância somaram R$ 2,4 bilhões, o que representa média de 8,6% em relação aos lucros auferidos.

Por outro lado, a pesquisa nacional feita pela Contraf/CUT em parceria com a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) revelou que houve 32 mortes em assaltos envolvendo bancos no primeiro semestre do ano passado, reforçando o descaso dos bancos com a segurança. Diante disso, a representação nacional dos bancários denuncia: "É inaceitável que tenhamos mortes, feridos e pessoas traumatizadas por falta de segurança nos bancos".

A Contraf/CUT diz que, além de mais investimentos dos bancos em segurança, existe a necessidade de retomada da análise do projeto de lei do estatuto de segurança privada, em elaboração no Ministério da Justiça. A luta da categoria bancária é pela atualização da legislação em vigor, com avanços da lei nº 7.102/83, de modo a garantir novos equipamentos de prevenção contra assaltos e sequestros, colocando assim a proteção da vida das pessoas em primeiro lugar.

A próxima reunião da CCASP em 2015 está agendada para o dia 4 de março.

 

Fonte: Fenae Net

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