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12 de Fevereiro de 2019 às 09:28

Venda da folha salarial da Câmara Legislativa para outro banco pode enfraquecer BRB


Crédito: Reprodução

Brasília - Nas últimas semanas, o Banco de Brasília têm passado por situações que põem em risco a solidez financeira da instituição. Como se não bastasse o escândalo de corrupção deflagrado na Operação Circus Maximus, da Polícia Federal, o banco corre o risco de perder a folha salarial da Câmara Legislativa e do TCDF para outra instituição financeira.

De autoria do deputado distrital Robério Negreiros, a Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) tem o objetivo de retirar a conta salário dos funcionários da CLDF do BRB e vender para um outro banco. O projeto já passou da fase de recolhimento de assinaturas e será apresentado ao plenário da Casa nesta terça-feira (12).

O BRB é um banco que tem uma longa lista de serviços prestados para Brasília. Esse banco tem sido importantíssimo para a economia local, o desenvolvimento do esporte na cidade, para o patrocínio da cultura, o atendimento à população e ainda, parte de seu lucro é destinada para o fortalecimento dos cofres do GDF e, portanto, para pagamento da folha de servidores, entre outras políticas voltadas para a sociedade.

“O que causa estranheza são os reiterados projetos que tentam de alguma forma atingir uma instituição sólida e que contribui para o desenvolvimento da cidade e sua economia. Nos últimos anos, os funcionários do banco, tendo o Sindicato dos Bancários à frente e juntos com a população, derrotaram a proposta da deputada Telma Rufino que tinha praticamente o mesmo propósito que o equivocado projeto de Negreiros: a retirada das contas dos servidores do BRB. A Pelo 35/2016 foi derrotada na Comissão de Constituição e Justiça da CLDF por ser considerada inconstitucional”, alerta o diretor do Sindicato, Edson Ivo.

A diretora da Federação dos Bancários do Centro norte (Fetec-CUT/CN) e funcionária do BRB, Cida Sousa, lembra que “a alegação de que alguns servidores tenham a intenção de migrar para outro banco não pode ser utilizada como justificativa para este projeto, pois já existe a portabilidade que permite ao trabalhador receber por outra instituição”.

O secretário geral do Sindicato e funcionário do BRB, Cristiano Severo diz que “se uma das justificativas do projeto de Robério Negreiros é arrecadar dinheiro para o fundo de assistência dos deputados, eles deveriam primeiro implementar o Projeto de Lei 2.151/2018 de uma Câmara mais barata, com cortes de verbas indenizatórias e de gabinete, por exemplo. Deveriam cortar na própria pele”. Severo lembra que se a proposta da Câmara mais barata passar, geraria uma economia de até 75 milhões por ano para a Câmara Legislativa.

Para a deputada distrital Arlete Sampaio (PT), “o BRB, enquanto banco público, de Brasília deve merecer toda atenção para que cresça e continue a contribuir para o desenvolvimento do Distrito Federal. Por isso eu abomino a ideia de transferir a folha de pagamento dos servidores para outra instituição financeira”.

Procurado pelo Sindicato, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) destacou que, ainda na gestão de José Roberto Arruda, já se posicionava contra uma tentativa de vender a folha salarial do GDF para outro banco. “Sou radicalmente contra o projeto porque retirar do BRB essas folhas salariais representa uma séria ameaça ao banco. Além do mais, o BRB não é do governo, nem da CLDF, é do povo de Brasília e deve seguir atuando em favor da sociedade”, destaca o deputado.

Segundo o diretor do Sindicato e funcionário do BRB, Ronaldo Lustosa, o projeto irá afetar drasticamente a instituição, pois mudará a movimentação de recursos milionários. “A proposta tem a intenção de acabar com o BRB e é um completo desserviço ao banco e à sociedade brasiliense. Mais uma vez o Sindicato se movimenta, dialogando com os atores políticos, no sentido de mostrar a derrota que esse tipo de projeto representa para o banco”, ressalta Ronaldo.

O Sindicato entrou em contato com o gabinete do deputado Negreiros para explicitar o posicionamento da entidade que é contrário a este projeto, demonstrando a importância do BRB como ferramenta pública de desenvolvimento da cidade.

Fonte: SEEB/Brasília com informações da Rede Brasil Atual


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