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3 de Outubro de 2017 às 18:15

Trabalhadores fazem grande manifestação no Rio em defesa da soberania nacional

Bancários das bases da Fetec-CUT/CN participam do ato, encerrado com Lula dizendo que voltará ao governo para reverter ataques aos trabalhadores e ao Brasil


O Dia em Defesa da Soberania Nacional, realizado em várias capitais nesta terça-feira 3 para denunciar as privatizações e o desmonte das empresas estatais e dos serviços públicos promovidos pelo governo não eleito de Michel Temer, teve o ponto alto no Rio de Janeiro, com concentração em frente à Eletrobrás e passeata que reuniu milhares de trabalhadores até a sede da Petrobras, onde a manifestação foi encerrada com um pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no qual fez um duro ataque às políticas antipopulares e antinacionais do presidente golpista.

Junto com dezenas de outras categorias de trabalhadores, bancários de todo o país participaram da manifestação, entre eles o presidente Cleiton dos Santos e vários diretores da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e dos sindicatos da sua base territorial. Além do Rio, houve manifestações em defesa da soberania em várias capitais, inclusive na região Centro Norte, como em Brasília, Belém e Cuiabá. (Veja fotos abaixo).

“O ato representou o mais contundente recado dos trabalhadores brasileiros de que não aceitarão o desmonte das empresas públicas nacionais para entregá-las ao capital privado internacional, por parte de um governo ilegítimo, impopular e atolado em denúncias de corrupção”, afirma Cleiton dos Santos.

De manhã, durante lançamento no Rio de Janeiro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que coordena o movimento, alertou os investidores internacionais de que “estão jogando fora o seu dinheiro, porque esse governo cai, hoje ou amanhã, e, quando ele cair, teremos um referendo revogatório e vamos anular isso tudo". 

‘Queremos o Brasil para nossos filhos’

Convocados pela Frente Brasil Popular e pela CUT, o Dia Nacional em Defesa da Soberania Nacional no Rio de Janeiro começou de manhã com uma concentração em frente ao prédio da Eletrobras, na região central do Rio de Janeiro.

Os manifestantes saíram em passeata no início da tarde, passando pela sede do BNDES até chegar ao destino final: o prédio da Petrobras. A estatal de petróleo completa 64 anos nesta terça-feira 3 de outubro. Lá, se uniu ao ato, às 16h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A unidade das categorias é o principal. Temos que manter as centrais presentes. Vamos para cima desse governo golpista. Não vamos permitir que esse governo privatize todas nossas estatais e aprove a reforma da Previdência”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Luiz da Rocha Cardoso, o Pará.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, discursou por cinco minutos e falou na defesa da candidatura de Lula à presidência em 2018, bem como citou um referendo para revogar as medidas de Temer: “É o momento de nós discutirmos que nós precisamos revogar as medidas do governo golpista. Eu fico muito feliz que o presidente Lula tenha colocado no discurso dele uma proposta da Frente Brasil Popular e da frente Povo Sem Medo, que é, se eleito, imediatamente fazer um referendo revogatório de todas as medidas do governo golpista. Esse é o nosso recado, continuar enfrentando, não permitir que eles impeçam a candidatura do ex-presidente Lula, a eleição sem Lula é fraude”.

“O ato está bonito e muito representativo. Estamos aqui em defesa da soberania nacional, em defesa do Brasil para os brasileiros. Queremos o Brasil para a nossa geração, para nossos filhos e filhas. Estamos contra esse governo golpista que está entregando o país a preço de banana. Onde já se viu entregar a Casa da Moeda, a Petrobras, a Caixa Econômica Federal? Estamos na luta e vamos defender essa batalha”, afirmou o coordenador geral do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, Pedro Batista.

A manifestação ocorre na semana em que o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza o seu 8º Encontro Nacional. “Mais de 4 mil atingidos que participam do encontro se somam ao ato deste 3 de outubro. Os atingidos marcham desde o Sambódromo, onde estão alojados, até a sede da Eletrobras. A estatal, que é a maior empresa do setor elétrico do país, está sob risco de privatização”, afirmou em nota o MAB.

A Eletrobras é responsável pela produção de 30% da energia do Brasil e dona de 50% das linhas de transmissão. “O que está acontecendo é um processo de destruição da soberania. O Brasil está perdendo todas as riquezas do seu controle. A privatização só faz mal, podemos ver, por exemplo, o que aconteceu com a Vale, em Mariana. E é por isso que estamos nessa luta, contra as privatizações e em defesa do nosso patrimônio”, afirmou o coordenador nacional do MAB Gilberto Cervinski.

Defesa da Caixa

Antes do ato em defesa da soberania, a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), com o apoio da Contraf-CUT e das Associações de Pessoal da Caixa (Apcefs) lançou a campanha "Defenda a Caixa Você Também", em frente ao prédio Almirante Barroso, que abriga a maior agência bancária da América Latina.

A campanha da Fenae mostra a importância da Caixa para a vida dos trabalhadores e brasileiros em geral, destacando a atual dos bancos em áreas como habitação, saneamento, infraestrutura, educação, esporte, cultura, agricultura, gestão do FGTS.

“Praticamente 50% do sistema financeiro é dominado pelos bancos públicos. É por isso que eles estão desmontando os bancos públicos para justificar uma posterior privatização. Os bancos privados apoiam esse governo porque querem abocanhar essa grande fatia do mercado. Já tentaram isso nos anos 90 e foram vencidos pela nossa resistência. Mais uma vez, vamos resistir e vamos derrotá-los”, disse Sergio Takemoto secretário de Finanças da Contraf-CUT.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, ressaltou que a Caixa é o banco que mais investe em projetos de construção de moradias populares, concede incentivo ao esporte, dá apoio à cultura, financia a educação e as micro e pequenas empresas, faz a gestão do FGTS, atuando como uma empresa pública fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. “Tudo isso está em risco com as medidas tomadas pelo governo, que quer abrir o capital do banco. Com a campanha ‘Defensa a Caixa você também’, vamos envolver toda a sociedade na defesa do banco e de sua atuação”, disse.






Fetec-CUT, com Contrraf-CUT e Rede Brasil Atual


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