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19 de Fevereiro de 2018 às 20:33

Trabalhadores comemoram suspensão de reforma, mas vão continuar mobilizados

Contra a reforma da Previdência, centrais sindicais e movimentos sociais reuniram cerca de 20 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo


Crédito: Roberto Parizotti/CUT
Trabalhadores reunidos na Av. Paulista na tarde desta segunda-feira: mobilização contra manobras de Temer

por Rodrigo Gomes, da RBA

São Paulo – Finalizando o dia nacional de mobilização contra a Reforma da Previdência, cerca de 20 mil pessoas protestaram na avenida Paulista no fim da tarde de hoje (19). Se por um lado os trabalhadores comemoraram a retirada de pauta da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 286, que trata da reforma, por outro garantiram que não vão vacilar e seguirão mobilizados. "Continuaremos em estado de greve, alertas e pressionando os deputados. Derrotamos a Globo, o presidente (Michel) Temer, o Moro e os bancos e isso é graças aos trabalhadores", afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Para o sindicalista, Temer tentou uma cortina de fumaça ao decretar intervenção federal no Rio de Janeiro. "Foi mais uma manobra do golpista. Nós somos contra a intervenção, até porque não é função do Exército cuidar da segurança pública. Tem de ficar atento, porque pode estender isso para outros estados com o objetivo de fortalecer o golpe", afirmou.

Hoje, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), declarou que não vai haver votação de qualquer PEC durante a vigência do decreto de intervenção federal. E garantiu que não vai haver suspensão temporária. Com a decisão de Oliveira, 190 PECs deixam de tramitar, entre elas, a do Fim do Foro Privilegiado. A decisão vale até 31 de dezembro, mesma data do decreto de intervenção. Se o decreto for revogado, as PECs podem voltar a tramitar. 

Para a presidenta da UNE, Marianna Dias, a intervenção é uma chantagem do governo Temer para usar como moeda de troca pela aprovação da reforma da Previdência. "Uma chantagem feita com a vida é o sangue do povo pobre das favelas cariocas", afirmou. 

Ela ressaltou que, com a efetivação da retirada de pauta da reforma, a pauta principal dos estudantes seria a garantia de eleições democráticas."Não está dado que vão ocorrer eleições livres para o povo escolher o próximo presidente. É preciso lutar para garantir isso. O povo sabe o que está acontecendo, usou do carnaval para se manifestar e isso preocupou os golpistas", completou.

O coordenador nacional da Frente Brasil Popular Raimundo Bonfim foi a liderança que demonstrou maior desconfiança da decisão de Temer. "Isso pode ser mais uma jogada do governo golpista. Precisamos manter a mobilização e ficar muito atentos. Os maiores interessados na reforma são os grupos de previdência privada e os bancos", afirmou.

Para a coordenadora estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Natália Szermeta, o governo Temer está de costas para a população. "Tudo que este governo faz é contra o povo pobre e trabalhador. O que o Rio de Janeiro precisa é de pagamento do salário dos servidores em dia, intervenção social. Não vamos aceitar que a juventude do Rio pague com a vida", afirmou.



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