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24 de Maio de 2017 às 20:27

Temer já tem o seu AI-5, afirma Boulos, que pede saída do presidente


Rede Brasil Atual

"Michel Temer já tem seu AI-5 pra chamar de seu", escreveu, em rede social, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. Segundo ele, a convocação de tropas das Forças Armadas, feita por decreto assinado hoje (24), "é o atestado de incapacidade de continuar governando o país". O Ato Institucional número 5, imposto pela ditadura em 13 de dezembro de 1968, inaugurou o período mais agudo de repressão do regime autoritário.

"Temer deve ser retirado do governo imediatamente", disse Boulos, defendendo a "convocação imediata" de eleições diretas. Durante a tarde, o ativista fez uma transmissão diante do Congresso na qual afirmou: "Faz quase duas horas que a polícia do Distrito Federal está jogando bomba no povo". Boulos falou em "barbárie" e disse que o episódio explicita o "abismo" existente entre o Congresso e a maioria da população, e "ainda quer (o Parlamento) se arvorar ao direito de definir quem é presidente da República". Ele estimou em 150 mil o número de pessoas presentes.

"A marcha foi muito boa, uma das maiores que o movimento sindical já fez", disse o 1º secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, também pedindo a saída de Temer. "Esse governo não tem a menor condição e capacidade moral de propor reformas dessa envergadura. Como é que um presidente da República acusado em rede nacional pode mudar a vida de milhões de brasileiros?"

O sindicalista disse que a polícia do Distrito Federal mostrou-se "totalmente despreparada" para agir. "Dá impressão de que aproveitou isso (atuação de mascarados) para acabar com a manifestação. Usou como estratégia para desmobilizar." Ele também lamentou a convocação de Forças Armadas: "Estamos vivendo tempos antigos". Segundo o sindicalista,  havia preocupação das centrais com a presença de pessoas estranhas ao movimento. "Tomamos os devidos cuidados. A polícia preferiu não fazer a sua parte."

Serginho mostrou apreensão com a tentativa do governo de, mesmo sob pressão, tentar manter a agenda de reformas, como aconteceu ontem no Senado, quando o relatório da "reforma" trabalhista foi considerado como lido, mesmo sem apresentação formal. "Estão ficando especialistas em dar golpe."


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