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22 de Setembro de 2017 às 08:01

Temer, Cunha e Alves desviaram R$ 250 milhões da Caixa, denuncia Funaro

Dinheiro da propina era repassado por Geddel Vieira Lima e Paulo Cleto, então vice-presidentes da Caixa Econômica Federal, o único banco que ainda não antecipou o pagamento da PLR deste ano


Em sua delação premiada, o empresário Lúcio Bolonha Funaro afirmou que o grupo político formado pelo presidente Michel Temer e pelos ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves recebeu cerca de R$ 250 milhões em propinas decorrentes de créditos da Caixa Econômica Federal, repassados pelas vice-presidências de Pessoa Jurídica e Fundos de Governo e Loterias. As duas áreas foram controladas pelo PMDB e comandadas por Geddel Vieira Lima e Fábio Cleto. Operador financeiro do partido, Funaro disse que Cunha funcionava como um “banco de propina” para deputados e, depois, virava o “dono” dos mandatos de quem era beneficiado.

O doleiro afirmou não saber exatamente o valor da propina repassada a Cunha, “mas sabe que este sempre distribuía parte da propina recebida com Henrique Eduardo Alves e Michel Temer, fora outros deputados aliados”.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima ocupou o cargo na Caixa entre 2011 e 2014. Segundo Funaro, apenas na área de Geddel o grupo liberou entre R$ 5 bilhões e R$ 8 bilhões para empresas em troca de vantagens. Um valor igual ou superior a este teria sido liberado pelo setor comandado por Cleto. Funaro disse que Geddel recebeu, sozinho, no mínimo R$ 20 milhões e continuou a operar mesmo depois de deixar o cargo, até fevereiro de 2015.

Para o Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, relatou Funaro, foram liberados cerca de R$ 3,04 bilhões em troca de propinas. Foram R$ 1,35 bilhão para a holding J&F e o restante para empresas do grupo — R$ 200 milhões para a Vigor, R$ 250 milhões para a Flora e R$ 300 milhões em crédito para exportação para a Eldorado, além de R$ 940 milhões de debêntures adquiridas.

As informações são de reportagem de Cleide Carvalho e Gustavo Schmitt em O Globo.

PLR

A Caixa é o único grande banco que ainda não anunciou quando vai depositar o adiantamento da PLR deste ano. Pela Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários, as empresas têm até o dia 30 de setembro para fazer o pagamento, mas Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Safra já fizeram o depósito e o Itaú paga nesa sexta-feira 22.

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Fetec-CUT/CN com Brasil 247


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