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11 de Janeiro de 2017 às 15:20

Sindicatos exigem do BB manter remuneração para os prejudicados com a reestruturação

Em negociação realizada nesta terça-feira 10, Banco do Brasil informa que será reaberto o sistema de ascensão para ajudar na regularização dos cargos


Crédito: Reprodução

Em reunião realizada nesta terça-feira 10 na sede do Banco do Brasil, em Brasília, a Comissão de Empresa dos Funcionários cobrou garantias aos bancários de agências em processo de fechamento e aos que tiveram os cargos cortados nos processos de reestruturação iniciado pelo banco em novembro de 2016.

A Comissão de Empresa, que assessora a Contraf-CUT e é integrada pela Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), apontou uma série de problemas verificados em cada base, como a dificuldade de realocação dos gerentes de relacionamento para a lateralidade e também situações onde a única opção dada de realocação tem sido com perda salarial.

Os representantes dos trabalhadores reiteraram ainda a necessidade de respostas quanto à solicitação dos sindicatos de VCP Permanente (Verba de Caráter Pessoal que mantém a remuneração) como forma de proteger os milhares de funcionários que irão perder o cargo ao final do processo de ajuste dos excessos. O banco informou que ainda não tem a resposta para o VCP permanente, como também não tem a decisão sobre VCP para os caixas que perderão comissão.

O BB anunciou que foram realizadas 4.563 nomeações desde a abertura do TAO Especial. O número de excedentes por grupo de função também foi apresentado até o dia da reunião, sendo que o número varia a cada dia. Nos grupos de função 10 e 9, o BB informou que já foram ocupadas as vagas e não há excessos. No grupo 8, há 11 excessos e 243 vagas; no grupo 7, 17 excessos e 117 vagas; no grupo 6, 415 excessos e 170 vagas; no grupo 5, 101 vagas e 41 excessos; no grupo 4, 426 vagas e 150 excessos; no grupo 3, 1.117 vagas e 121 excessos; no grupo 2, 1.255 vagas e 28 excessos; e no grupo 1, 678 vagas e 3.747 excessos, posições do dia 10/01.

9.300 vagas cortadas e 3.100 bancários ameaçados

A reestruturação que acontece no Banco do Brasil já provocou a saída, por meio de um programa de incentivo a aposentadoria, de 9.400 funcionários. O BB já anunciou que não irá repor as vagas, eliminando assim a dotação.

Pra piorar a situação, a direção da empresa ainda anunciou que irá reduzir 3.100 comissões, diminuindo a remuneração de milhares de trabalhadores no Brasil, pincipalmente assistentes e caixas. Os sindicatos defendem e cobram do BB proteção aos trabalhadores que exercem essas funções e exigiram em mesa a manutenção da remuneração desses colegas.

Abertura de TAO para ascensão de assistentes e gerentes de relacionamento

O BB informou que na próxima nesta quinta-feira 12 será aberto um TAO (Sistema de Recrutamento) permitindo ascensão profissional para que os excedentes do grupo de função 4 possam concorrer nos grupos 5 e 6. Também anunciou abertura de movimentação entre os grupos 1, 2 e 3, possibilitando a ascensão de assistentes e gerentes de relacionamento. O banco garantiu que toda nomeação ou sequência de nomeações em escada terá que repor um excesso ao final.

O representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Rafael Zanon, considera que a liberação do TAO para ascensão profissional só faz sentido de for ajudar a recolocação das pessoas que estão ameaçadas de perder funções. “É fundamental acelerar o processo de nomeações e que o banco aceite a proposta dos sindicatos quanto ao VCP permanente, considerando que alguns grupos têm muito mais excessos que vagas disponíveis.”

6 horas para coligadas, Súmula 372 e manutenção do módulo avançado para gerentes

A Comissão de Empresa também reivindicou do banco esclarecimentos e que fosse melhor divulgado aos funcionários de agências em encerramento as informações para onde cada um irá após o fechamento da sua unidade. Também cobrou resposta sobre a solicitação feita em mesa da implantação administrativa da súmula 372, que protege a remuneração do trabalhador com mais de dez anos de exercício de função comissionada. O BB alegou que ainda estuda esse pedido.

Foi pleiteado pelos sindicatos que nos casos de nomeações com descenso ou lateralidade envolvendo a gerência média, que fosse observada condição de módulo avançado do cargo anterior para o módulo avançado do cargo atual, de forma que minimize a perda salarial nos casos de descenso e mantenha a remuneração nos casos de lateralidade.

Também foi reforçada em mesa a reivindicação de seis horas para as empresas coligadas, como FBB, Cassi e BB Consórcios. O BB respondeu que ainda está estudando a reivindicação dos sindicatos sobre esse tema.

Endividamento dos funcionários e IN 361

Foi solicitado ao banco um levantamento sobre o nível de endividamento dos funcionários, uma vez que há projeção de muitos descomissionamentos ao final do processo de reestruturação, o que impactará na renda das pessoas, consequentemente agravando o nível de endividamento.

O BB respondeu indagação dos sindicatos sobre a aplicabilidade da IN 361, que determina a migração compulsória para as funções de seis horas de funcionários com ações individuais sobre a jornada de seis horas. Os representantes do BB disseram que a aplicabilidade da IN vale para ações individuais relativas às funções "criadas" após a divulgação da restruturação, no final de novembro. 

Liberação de remoção para os escriturários

Os sindicatos reivindicaram junto ao BB que fizesse a análise sobre antecipar liberação das remoções para os escriturários com o objetivo de facilitar a recolocação daqueles que ficaram excedentes em razão do fechamento de agências ou absorção de mais funcionários na sua unidade. O banco informou que vai analisar essa situação para que a liberação de uma remoção agora não crie um problema de excesso em dobro em determinadas unidades futuramente.

Para os sindicatos, o mapa de vagas disponibilizado pelo banco mostra claramente a necessidade de se dar mais garantias aos funcionários que estão ameaçados de perder seus cargos. 

Contraf-CUT, com Fetec-CUT/CN


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