Notícias

home » notícias

9 de Julho de 2019 às 07:46

Sindicato vai à Câmara cobrar explicações do presidente da Caixa sobre ataques à empresa


Brasília - Privatização das loterias, saída de 3,5 mil empregados da Caixa pelo PDV, retirada da Caixa do Conselho Curador do FGTS. Esses serão alguns dos temas que os representantes dos empregados da Caixa e parlamentares cobrarão explicações do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, em audiência pública que será realizada nesta  terça-feira (9), às 10h, no Plenário 12, Anexo II da Câmara Federal.

Desde que assumiu a presidência da empresa centenária, Guimarães adotou medidas e fez anúncios polêmicos que ameaçam a permanência da Caixa como maior banco público da América Latina. 

Nos primeiros seis meses à frente da empresa, o indicado por Bolsonaro empregou seu personal trainer para o cargo de consultor da Presidência da Caixa, com salário aproximado de R$ 30 mil, e contratou para a vice-presidência da Caixa de Recursos de Terceiros uma profissional sem as certificações necessárias para atuar no âmbito da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), apesar de o estatuto da Caixa exigir que todos os dirigentes da área sejam certificados.

Kleytton Morais, presidente do Sindicato, destaca a importância dos empregados da Caixa participarem deste debate, já que o emprego e a manutenção do banco enquanto empresa pública está em jogo.

“O Sindicato convoca os empregados e empregadas para mais uma vez defenderem a empresa das ameaças que visam fatiar e enfraquecer a Caixa. Como representantes dos empregados em Brasília, cobraremos explicações do presidente que parece não entender a importância social e econômica da Caixa para a sociedade brasileira e para os trabalhadores da empresa”, frisa Kleytton.

O requerimento de audiência pública foi proposto pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF), empregada da Caixa. “Estão desmontando o Minha Casa, Minha Vida, querendo privatizar as loterias Caixa, diminuindo direitos de seus funcionários e funcionárias. O presidente mantém um discurso público de preservação da Caixa, mas por dentro temos visto uma série de ações que estão minando a instituição”, declarou a deputada.

O atual presidente do banco também deverá explicar aos deputados seu cronograma da abertura de capital (privatização) das áreas mais rentáveis e estratégicas dos bancos: seguros, cartões, gestão de terceiros e loterias. Outra medida que causou polêmica foi a transferência dos recursos tomados ao Tesouro Nacional por meio do Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD). A Caixa devolveu R$ 3 bilhões de recursos, tomados entre 2007 e 2013, que não tinham prazo de vencimento. Nesses casos, cabe ao tomador do empréstimo definir o momento para a devolução.

As seis operações de IHCD contribuíram para a Caixa ampliar sua carteira de crédito durante a crise financeira, atuando para o desenvolvimento socioeconômico nacional e expandindo seu papel de principal agente das políticas públicas dirigidas à população de baixa renda.

Além disso, Guimarães dará explicações sobre a proposta de manobra contábil com a provisão extraordinária de até R$ 7 bilhões para cobrir perdas esperadas com calotes na carteira de financiamento imobiliário e a desvalorização de imóveis retomados pelo banco.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação com informações da Fenae


Notícias Relacionadas