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22 de Março de 2018 às 10:42

Sindicato realiza sua 1ª Feira de Afroempreende- dorismo


Crédito: SEEB/BSB

Brasília - A 1ª Feira de Afroempreendedorismo e Economia Solidária, promovida pelo Sindicato, no foyer do Teatro dos Bancários, nesta terça-feira (20), como parte das comemorações do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, contou com estandes de diversos expositores, com uma variedade de produtos afros.

Participaram da feira a EcoAgrovila Renascer, Associação Renovadora do Quilombo Mesquita (Arenquim), Rabiscos Feministas, Acarajé & Cia, Santinha Moda Afro e Associação dos Remanescentes do Quilombo das Famílias Teodoro de Oliveira e Ventura (Arquitov). E ainda os expositores Rainhas Coroadas, Rainha Tereza de Benguela, Bazar Afro, Afro N’Zinga e Tambor e Arte, que fazem parte da Frente de Mulheres Negras, criada em 2015, a partir da Grande Marcha das Mulheres Negras, realizada naquele ano.

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Jornalista e integrante do Movimento Negro Unificado do DF e da Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno, Jacyra Silva destacou a iniciativa do Sindicato, “que significa a valorização das mulheres negras que estão nos espaços de produção da cultura afro-brasileira”.

Jacyra observou que “a 1ª feira não visa somente a comercialização, mas a divulgação de nossa história, de nossa descendência de africanos. São mulheres comprometidas com a transformação. É um processo de produção que envolve a família e que acaba se transformando também num meio de sobrevivência”.

A expositora Maria das Graças Viana, da Santinha Moda Afro, expôs sapatilhas, chinelos, pulseira, tiara africana, turbante, colar de contas, roupas e camisetas infantis pintadas a mão. “Sempre participamos de exposições para apresentar nossos trabalhos e mostrar que artesanato negro embeleza as pessoas, aumenta a autoestima e agrega valores”.

Desde 2000, quando se formou em Design de Modas, Maria das Graças desenvolve esse trabalho, com a participação em exposições e desfiles de moda. E, segundo ela, o resultado tem sido bastante positivo.

Racismo x tecnologia

Filha do quilombola José Antonio Ventura, Daniele Ventura (do grupo Arquitov), contou que são mais de 30 famílias (de Minas Gerais e de Brasília) unidas na produção de bijuterias, acessórios, turbantes, cadernos personalizados, marcador de páginas, canetas com ponteiras em material EVA, capa de cartão de vacina (EVA) e caixas personalizadas.

Daniele destacou a importância da feira e lamentou que, ainda nos dias atuais, as pessoas continuam expressando o ódio e preconceito de forma cada vez mais acentuada. “Antes era mais velado”, observa ela, que atribui essa agressividade e a maior exposição do racismo à tecnologia. “São criados perfis falsos para agredir as pessoas na internet. Continuamos sofrendo com a discriminação e com o racismo. As pessoas acham que, escondidas atrás de um computador, podem falar o quiser e ofender, que não serão punidos”.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília


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