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12 de Março de 2019 às 08:42

Sindicato protesta contra a violência e em defesa dos direitos da mulher


Brasília - “Pela vida de todas as mulheres, resistiremos”. Com este lema, o Cortejo do Dia Internacional de Luta das Mulheres, promovido pela CUT Brasília e movimentos sindicais e sociais, na sexta-feira (8), tomou a Esplanada dos Ministérios. Acompanhadas de blocos de carnaval do DF, elas protestaram contra o aumento da violência e em defesa dos seus direitos sociais e trabalhistas.

“Este foi o primeiro grande ato que deu o tom de discordância desse governo que tem sido um ataque aos direitos das mulheres”, observou a diretora do Sindicato Vanessa Sobreira. “Além de sermos as principais prejudicadas com a reforma trabalhista do governo golpista de Temer, agora temos um novo desafio, que é barrar a reforma previdenciária, que ameaça nosso direito à aposentadoria. Por isso, não foi à toa que as mulheres de todo o país se mobilizaram em protesto contra este governo misógino, machista e racista”, acrescentou a dirigente sindical.

“Mais liberdade e mais afetividade”

“No dia 8 de março, nós recebemos muitas flores, mas troco as flores por mais mulheres no parlamento, por uma sociedade onde as mulheres não sejam impedidas de andar nela, por respeito, por liberdade, por autoridade e por afetividade”, destacou a deputada federal Erika Kokay.

A parlamentar deu um recado aos homens: “Antes de entregar flores, participem com as mulheres de nossa luta para que tenhamos os direitos ao nossos próprios corpos, para que o nosso não seja não, para que nossa fala não seja amordaçada ou silenciada, para que os nossos passos não sejam controlados e para que nós possamos exercer uma humanidade com liberdade”.

Kokay ainda deu um aviso: “Nós, mulheres, carregamos um pacto com a coragem, com a liberdade e com a transformação. Por isso, não vamos nos calar, nem vamos nos acorrentar. Estamos em movimento”.

Cortejo

Durante todo o trajeto na Esplanada dos Ministérios, as mulheres gritaram palavras de ordem, como “Lula Livre e Marielle Vive”, e exigiram o fim do feminicídio e da reforma da Previdência, a revogação da reforma trabalhista, a valorização da Lei Maria da Penha e da Casa da Mulher Brasileira, o combate à lei da alienação parental, o fim do racismo, uma escola democrática, a proteção à vida das mulheres LBTs, o fim da criminalização dos movimentos sociais, o embarreiramento do avanço do capital e suas consequências socioeconômicas e culturais e o fim do genocídio indígenas e quilombolas.

Alas

Contra a política de retrocessos atual e intensificação da luta por justiça, o cortejo foi composto por várias alas, que foram animadas por batuqueiras, cirandeiras, artistas circenses e outras atrações. Além da ala Lula Livre, também houve a da Justiça para Marielle, a Noiva Cadáver (contra o feminicídio), a LesBiTrans (LGBTI), a do Feminismo Popular, a das Margaridas, das Latinas: Solidariedade à Venezuela, a Nem louca nem sã, a da Lei da Alienação Parental liberta agressores e condena inocentes, a Em defesa da mullher, nós metemos a colher, e contra a reforma da Previdência.

Show com violeiras



No final do dia, para comemorar a data, o Sindicato também apresentou o show Viola em Canto de Mulher, com a participação de várias artistas, no Teatro dos Bancários. O projeto reuniu seis mulheres violeiras de vários lugares neste campo que até pouco tempo era território exclusivamente masculino.

O show teve a participação do Grupo Viola Flor, de Uberlândia (MG), Juliana Andrade, de São José do Rio Preto (SP), Vitória da Viola e Lúcia Lyra, de Votorantim (SP), Karen Parreira, de Ceilândia (DF), Carol Carneiro, do Jardim Botânico (DF) e Gaby Viola, de São Sebastião (DF).



Mariluce Fernandes
Para o Seeb Brasília


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