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9 de Maio de 2019 às 07:55

Sindicato participa de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos


Crédito: Reprodução

Brasília - Com 209 assinaturas de parlamentares de 23 partidos diferentes, foi lançada nesta quarta-feira (8), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos. A cerimônia, que ocorreu durante o Seminário em Defesa dos Bancos Públicos, reuniu representantes de federações, sindicatos de trabalhadores, entre os quais o Sindicato dos Bancários de Brasília, e entidades da sociedade civil. 

O objetivo é analisar todos os projetos sobre o tema que estão no Congresso e estimular e difundir informações sobre os bancos públicos – até mesmo para desmistificar e analisar fatores relacionados às ameaças de privatização por parte do governo, conforme explicaram participantes do movimento.

Durante o ato, também foi divulgada a cartilha ‘Fakes & Fatos sobre as Estatais’, com seminário sobre o tema. Os integrantes do movimento participam, desde o início da semana, de audiências e debates por meio de mobilização promovida pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas no Congresso Nacional. 

O diretor do Sindicato e bancário do Banco do Brasil Kleytton Morais participou do lançamento da Frente. “Estamos em mais uma agenda de luta, numa oportunidade de defender os trabalhadores e trabalhadoras dos bancos públicos, que estão sendo atacados pelas políticas privatizantes do governo Bolsonaro. Basta ver, por exemplo, as declarações dos presidentes dos bancos públicos federais, BB e Caixa,  e a indicação de agentes do mercado para atuarem no Conselho de Administração do Banco do Brasil, caracterizando conflito de interesses”, destacou. 

Kleytton também reforçou a importância do papel dos bancos públicos para o Brasil e a economia, estimulando a concorrência, apesar dos discursos em contrário. “Assim como aconteceu em 2008, a intervenção dos bancos públicos no mercado financeiro nacional cumpre um papel decisivo no controle da oferta de crédito, de modo a reorientar a política de crédito acessível, que vai ao encontro do desenvolvimento social, independentemente da região. No caso do BB, ele exerce um papel importante na política agrícola, tanto em relação à agricultura familiar quanto em relação ao agronegócio, e os ataques a essa política só vulnerabilizam a instituição”. 

A coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e diretora da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Maria Rita Serrano, destacou a importância do debate sobre a situação de todas as empresas públicas e suas respectivas demandas. “Neste momento, com o governo querendo sucatear as empresas públicas, temos que falar sobre as consequências disso para o país, como a geração de emprego. Já sentimos essa política privatista nas contas de luz, na gasolina e nas tarifas dos bancos públicos, que estão semelhantes às dos bancos privados”, disse.

Desmistificação

Durante audiência da Comissão de Legislação Participativa da Câmara, Rita falou sobre o conteúdo da cartilha, produzida para desmistificar informações falsas sobre as estatais. Fazem parte da publicação questões relativas a essas companhias referentes a lucratividade, concorrência, corrupção e soberania. 

A publicação também traz explicações sobre frases com conteúdo falso que pretendem apresentar uma outra visão sobre as estatais, como as de que “empresas públicas atrapalham as empresas privadas”, “não dão lucro” ou “as vendas resolverão os problemas da dívida pública”.

“Estamos atuando em várias frentes, seja na articulação com os sindicatos que representam os funcionários das empresas públicas que estão ameaçadas de privatização, além das estratégias jurídicas”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.  

Bandeira de todos

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), a defesa dos bancos públicos “não é prerrogativa de partidos de esquerda ou da oposição, e sim uma bandeira que atinge todos os brasileiros e brasileiras”. “Uma empresa como a Caixa Econômica Federal, por exemplo, operacionaliza 98% do crédito imobiliário que atinge a população de baixa renda. Devemos defender os bancos públicos porque o Brasil precisa deles”, destacou.

A deputada contou que a frente será um canal de diálogo entre os poderes, uma vez que os parlamentares pretendem manter contatos e buscar informações junto ao Judiciário, Executivo e Ministério Público Federal para repassá-las à população. Segundo Erika, a frente “ganhará força à medida que a equipe econômica do atual governo anuncie novas ações para enfraquecer os bancos públicos como agentes das principais políticas públicas sociais do país”.

A Frente é coordenada pelo pelo senador Jacques Wagner (PT-BA) e o deputado Zé Carlos (PT-MA).

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação com Rede Brasil Atual e Agência Câmara de Notícias


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